sexta-feira, 28 de março de 2014

IV ENCONTRO MUNICIPAL DO PSOL

O PSOL Pelotas chega em mais um momento decisivo em sua história. O IV Encontro municipal do PSOL, que se encerra na data de amanhã, foi um processo de intenso debate entre os militantes do partido.

A base do PSOL, reunida em plenárias, núcleos e setoriais, debateu coletivamente as teses apresentadas ao IV Encontro. Amanhã, a delegação eleita durante o processo de debates, elegerá a política que será implantada no próximo período, como a  relação do PSOL com os movimentos sociais da cidade e a tática eleitoral de 2014, e a nova direção Municipal.

Participe!

Cronograma de debates do IV Encontro Municipal do PSOL Pelotas
14h - Credenciamento
14h 15min - Abertura
14h e 40min - Organização partidária 
16h - Relação do PSOL com os movimentos sociais
17h e 30min - Intervalo
18h - Conjuntura Municipal/Eleições 2014
19 h - Votação de resoluções e eleições da direção
20 h - Encerramento

sexta-feira, 21 de março de 2014

Política anti-droga ou contra os pobres?

por Roberto Robaina
Assassinato covarde de Claudia Ferreira, mulher, mãe, negra, moradora de uma das muitas comunidades de gente humilde – como dizia Chico Buarque – do Rio de Janeiro. Os assassinos? Dois subtenentes e um sargento da PM. Hoje, mais um dia em que policias das UPPs são baleados por traficantes no Rio de Janeiro. Não sei se algum policial foi morto nesta investida, mas este não é o primeiro caso de confronto entre traficantes e policias que transformam favelas em que vivem milhares de famílias em território de guerra. Hoje, aliás, o estopim deste conflito foi a desocupação por parte da polícia de uma ocupação de prédio. Depois disso se desencadeou os ataques armados.
Há, é claro, muita confusão, conflito, desordem, descontrole. Mas tem uma questão que é clara como o dia: a política de repressão contra o tráfico de drogas fracassou. Manter esta política somente pode ter como objetivo criminalizar a pobreza e utilizar a suposta guerra contra as drogas numa política de repressão contra os pobres, contra os negros e contra os jovens. Nada justifica do ponto de vista dos interesses da população, da construção de uma verdadeira política de segurança pública, a continuidade desta política que transforma o comércio de maconha, por exemplo, em crime. É hora de legalizar o uso da maconha e garantir que a mesma seja comercializada. Este é o único caminho para quem realmente não quer que o tráfico de drogas continue. É o caminho que adotaram o Uruguai e inúmeros estados dos EUA. Caso contrário, segue a linha absurda da Lei Seca, que permitiu o poder das máfias nos EUA nas primeiras décadas do século XX.
Não é à toa que hoje no Rio de Janeiro o negócio das drogas envolve cada vez mais policiais, juízes, empresários e políticos. O filme Tropa de Elite II mostrou isso. Mostrou que este também é o sistema. É hora de combate-lo. Por isso é tão importante o projeto de descriminalização da maconha que Jean Wyllys, deputado federal do PSOL, protocolou nesta semana.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Jean Wyllys - Deputado Federal do PSOL - protocola projeto de lei que regulariza a produção e comercialização da maconha

Em instantes, vou protocolar na Câmara um projeto de lei que regula a produção e comercialização da maconha — que passará a ser uma droga lícita como o álcool e o tabaco —, descriminaliza a posse de qualquer tipo de droga para consumo pessoal e o auto cultivo, dispõe sobre as políticas de redução de danos e faz outras importantes mudanças na política de drogas do Brasil.

Para mudar, é preciso ter coragem!

O parlamento brasileiro precisa reconhecer que a política de "guerra às drogas" é um fracasso e só produz violência, morte e criminalização da pobreza. Existe, por um lado, uma legislação que proíbe a maconha e as outras drogas, cuja ineficácia prática é incontestável, e por outro lado, todo um sistema de produção e comercialização que funciona, sem qualquer impedimento, no mundo real. Cada pessoa que é presa ou executada sem direito de defesa pela polícia ou por uma facção rival — quase sempre pobres, favelados e na maioria dos casos jovens e negros; quase sempre aqueles que têm a menor responsabilidade e os menores lucros, na ponta — é substituída por outra e o tráfico ilegal continua. Milhares de pessoas morrem por causa disso, milhares vivem armadas, clandestinas, exercendo a violência, muitas são presas e, na cadeia, submetidas a condições desumanas e a situações de violência idênticas ou piores às que sofriam em “liberdade”, mas o sistema continua funcionando.

Enquanto isso, ninguém sabe a composição da droga que é vendida, sua qualidade não passa por qualquer tipo de fiscalização nem precisa se adequar a nenhuma norma, o consumidor não recebe qualquer tipo de informação relevante para a sua saúde e segurança, diversos processos de industrialização (como o prensado de maconha para fumo com amônia, altamente tóxica) são realizados sem qualquer fiscalização. Não há restrições à venda que impeçam o acesso dos menores de idade a esse comércio ilegal — seja como compradores, seja como vendedores ou “soldados” do tráfico. Está tudo errado!

Eu sei que meu projeto será polêmico, e espero que essa polêmica sirva para provocar um debate nacional sério e responsável sobre a política de drogas. Outros países têm mudado e o Brasil também precisa mudar.

Peço a vocês que estão em contato comigo através dessa rede que dediquem alguns minutos do seu tempo para ler meu projeto, que foi construído junto aos movimentos sociais, os especialistas e muita gente que trabalha seriamente há anos nesse tema — e reflitam sobre o tema! E espero que vocês participem ativamente desse debate! Conto com vocês!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Reunião Insurgência Pelotas - IV Encontro Municipal PSOL Pelotas.

A Insurgência (tendência interna do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade), convida xs filiadxs e simpatizantes do PSOL para reunião de apresentação da corrente e debate sobre o partido que queremos, na construção de um instrumento que contribua para organizar a juventude e a classe trabalhadora e seu processo de avanço de consciência, um instrumento a serviço das lutas sociais e mobilizações políticas.
Para xs filiadxs a reunião valerá como uma das (no mínimo) duas exigidas para que se tenha direito a voz e voto no Encontro Municipal do PSOL, que será realizado no dia 29 de março de 2014, no plenário da câmara de vereadores de Pelotas. 
A reunião acontecerá na próxima sexta-feira, 07 de março, às 19H no Instituto Mário Alves (Rua Andrade Neves esquina Uruguai).


Greve dos garis no RJ

 "Apoie a greve dos garis! Greve é uma postura política LEGÍTIMA, se o sindicato não apoia, quem não é legítimo é o SINDICATO!"

Quando o morro desceu e ainda assim foi carnaval

Por Israel Dutra em 05 de março de 2014


Quarta-feira de cinzas. Muitos ajustam suas contas com a folia. Um balanço natural dos dias de carnaval.  Pulei nos blocos de SP, vibrei com os foliões de Olinda pela TV, bem como a vitória da Imperadores do Samba em Porto Alegre e o lindo samba-enredo da Salgueiro no Rio. Foi um carnaval e tanto.
No caso do país, foi o primeiro carnaval depois das jornadas de junho. E isso tem muito peso. Menos de cem dias nos separam da copa.  O Brasil mudou muito.  E o carnaval, como uma das maiores expressões do estado de ânimo do povo, foi um sintoma claro. Três questões chamaram a atenção e determinaram o carnaval mais politizado dos últimos anos:
1.       O levante dos garis no Rio.  Um verdadeiro “show” de mobilização e organização. A história se repete. Sindicato vendido faz acordo rebaixado com a prefeitura e com a Comlurb. Assim mesmo, os garis não se entregaram. Passaram por cima da burocracia sindical, pararam 70% da categoria, em que pese o assédio brutal. A imprensa, especialmente a Globo, junto com prefeito Paes, atuou para dizer que não havia greve. As montanhas de lixo, sujando por todas as partes, a cidade mais conhecida do país, em pleno carnaval, falaram por si. A greve segue num impasse. A COMLURB mandou demitir a vanguarda grevista, 300 garis. Entretanto, segue a greve, a sujeira, a mobilização e a queda-de-braço dos garis contra seus inimigos. O fato é que a mobilização já trouxe um sinal claro: mesmo as categorias mais precarizadas e sem tanta tradição de organização sindical estão dispostas a sair às ruas . No caso dos Garis, quebraram preconceitos e acabaram com a suposta “invisibilidade” da profissão. Um salto na consciência de classe. A marchinha que se escutou era “no carnaval, prefeito vai varrer sozinho”. Dias em que o morro desceu e marcou o carnaval carioca.
2.       Uma combinação inteligente de temas sociais e políticos com a diversão e o entretenimento. Algo que sempre salta aos olhos no nosso carnaval, vide os grandes enredos de Joãozinho Trinta e outros,  nos blocos de crítica no nordeste, entre outras expressões, se generalizou em quase todos espaços. E o mais interessante: está sendo assimilada a cultura, mesmo para setores de esquerda, de que não podemos opor as expressões de cultura popular versus a política organizada. A esquerda está aprendendo a falar a linguagem do povo – claro que não é algo simples e imediato-  mas se nota uma integração maior. Estamos aprendendo que o ascenso de massas chega combinado com as nossas festas e paixões populares, como a Copa das Confederações, o carnaval e o futebol em geral. Junto disso, uma ampla crítica ao caráter de fetichismo do espetáculo. Os “grandes momentos” do carnaval televisivo perde espaço para os espaços de diversão mais populares.
3.       E o mais importante: muita gente na rua. Ao contrário do clima de instabilidade e pânico que a direita e setores do governo querem criar para evitar manifestações durante a copa, o que se viu foi uma organização mais espontânea e descentralizada dos blocos. Os foliões em todo o país fizeram sua parte, conferindo uma onda mais associativa e menos passiva às folias de momo. Só em São Paulo foram 200 blocos com média de 5 mil pessoas cada um.  Pensando em todo país, foram dezenas de milhões que escolheram as ruas como principal instrumento de socialização do carnaval. Não que isso seja uma novidade, mas a forma como este tipo de evento está se organizando ganha mais força.
O carnaval de 2014 entrou no ritmo do samba, do frevo, das marchinhas e das jornadas de junho.  Um bom sinal para um ano repleto de mobilizações, greves e incertezas.
Israel Dutra é membro da Direção Nacional do PSOL.