sábado, 10 de novembro de 2012

Como se tornar o melhor deputado do país, revela Jean Wyllys


Recém-eleito melhor deputado federal do ano, Jean Wyllys afirma que foi premiado, entre outras razões, porque "trabalha". E critica quem acha que famosos não podem se candidatar
Por Amanda Previdelli, de exame.com.

São Paulo – O deputado federal Jean Wyllys não é simplesmente deputado federal. Ou pelo menos é isso que ele costuma dizer. “Eu não sou. Eu estou deputado federal”, brinca o parlamentar e mestre em Letras em entrevista por telefone a EXAME.com.
No currículo, atividades tão diversificadas quanto as de professor universitário, jornalista, escritor e ainda vencedor da quinta edição do reality show global Big Brother Brasil. Agora, mais um prêmio na carreira: venceu nesta semana a votação online no site Congresso em Foco e foi eleito o melhor deputado federal de 2012.
“Vencer pelo voto popular me deixou muito feliz. Não me envaidece, mas me deixa com um senso de responsabilidade muito grande”, diz o deputado, que já estava na lista dos 25 melhores políticos da Casa feita por jornalistas que cobrem a Câmara dos Deputados.
Descontraído, Wyllys respondeu às perguntas de EXAME.com entre uma ponte aérea e outra, e revelou que aprendeu, desde eleito, que o poder de um deputado tem "limitações".
EXAME.com: A eleição foi com base no voto do internauta. O que o senhor acha que tem feito para agradar tanto a população?
Jean Wyllys: Eu trabalho, acho que isso que agrada. Em alguns momentos, certas pessoas e certos setores tentam me estigmatizar com a pauta LGBT, mas eu também defendo amplamente os direitos humanos e liberdades individuais. Meu trabalho envolve os direitos dos povos indígenas, educação para diversidade, enfrentamento do racismo e do estigma de pessoas com doenças raras. Essas questões são mais amplas. Além disso, existe o trabalho com o movimento social de fiscalização do executivo através de políticas públicas. Tenho um mandato amplo e acho que isso agradou às pessoas. Embora eu represente o Rio de Janeiro, sou um deputado federal e trabalho pela federação.
EXAME.com: O senhor se tornou muito conhecido depois do Big Brother Brasil de 2005. O que pensa sobre esse fenômeno de legisladores famosos?
Wyllys: O reality show me tornou popular e trouxe uma empatia com as pessoas que acabaram se interessando pelo meu histórico de vida. Eu acho legítimos os casos dos famosos. A constituição garante a todo cidadão o direito de concorrer e representar a sociedade. O povo é soberano e vai decidir. Não vejo problema. Da mesma maneira que pensaram que analfabetos e mulheres não deveriam votar, hoje se pensa que os famosos não podem se candidatar.
Há gente famosa bem intencionada. O Romário é um bom exemplo. Ele entrou na política por uma causa nobre, de defender as pessoas com síndrome de Down, que é a causa da vida dele e está fazendo um mandato bacana. A mesma coisa que o Tiririca, que embora tenha a campanha baseada na ignorância, com aqueles slogans de “pior que tá não fica” - que eu não concordo - chegou lá e está cumprindo um papel. A gente não pode deixar nossos preconceitos impedirem a renovação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário