Certamente, alguns nem lerão este texto, partindo para a
crítica direta do mesmo, devido ao fato de 100 dias serem pouco tempo para
avaliar um Governo. Nós mesmos acreditamos que 100 dias seja pouco tempo para
que um Governo implemente todas as medidas que pretende desenvolver durante os
quatro anos de Mandato. Neste sentido,
os que lerem este texto até o final certamente vão perceber que nele não
constarão exigências de cumprimento de todas as promessas de campanha, ainda.
O que se pretende aqui é realizar uma reflexão sobre os
primeiros passos do Governo, avaliando os caminhos que este parece seguir.
Se por um lado acreditamos sinceramente que este período
seja curto para realizar todas as reflexões e análises, por outro, não conseguimos
esquecer de um dos principais argumentos do atual Prefeito durante a campanha:
experiência administrativa e conhecimento da máquina pública. Neste sentido, seremos
fiéis aos 25.272 Pelotenses que depositaram suas esperanças de mudança no PSOL
e faremos uma análise breve dos primeiros cem dias do Governo do PSDB.
A montagem do Secretariado foi uma demonstração do que
estava por vir. O exemplo mais emblemático foi a manutenção da mesma Secretária
de Saúde do Governo anterior. Justamente na Saúde, citada em todas as pesquisas
de opinião como a área que apresenta os maiores problemas, citada pelo Prefeito
enquanto Candidato como sua principal meta, a manutenção da mesma Secretária
soou como uma afronta a quem acompanha a política e exige mudanças concretas. A
CPI instalada na Câmara de Vereadores pode nos dar algumas respostas sobre este
problema e sobre a participação do Governo em situações ainda não explicadas.
A questão da ocupação do espaço público por trailers e
camelôs, bem como a instalação do POP Center é bastante polêmica. Há um
sentimento geral na população de que o espaço público tem que ser público com o
qual concordamos. Como conheemos muitos camelôs e trabalhadores de trailers,
afirmamos a todos que a maioria absoluta destes também concorda com este
sentimento e defende a organização do espaço público. O que nos intriga é que
em todas as notícias que recebemos só vemos pessoas humildes sendo retiradas de
seus pequenos comércios. Não vimos nenhuma medida contra os grandes empresários
que ocupam espaços públicos ou que recebem isenção de impostos. Não vimos
nenhuma notícia de medidas que minimamente controlem as empresas de ônibus que
deveriam ser licitadas publicamente, nem medidas que controlem minimamente a
especulação imobiliária que faz com que tenhamos imóveis para aluguel e venda a
preços irreais.
Nosso Carnaval foi humilhado, alguns de nossos foliões foram
até agredidos. Até agora não entendemos o porquê de ele ter ocorrido fora de
época. Uma Cidade deste tamanho, com um Carnaval tão tradicional tem plenas
condições de realizar sua festa na época normal, se está foi uma solicitação
das escolas, blocos e bandas, até entendemos. A impressão que temos é que
permanece no poder público uma visão de que os recursos destinados para o
Carnaval são gastos, e não investimentos. Enquanto esta visão permanecer será
deixada de lado a ideia de Carnaval como momento ímpar de exaltação da Cultura
Popular, em que podemos não só realizar uma festa maravilhosa, mas podemos
também pensar na geração de emprego e renda e na enorme contribuição que a
Cultura Popular pode dar a nossa Cidade.
Se por um lado o Prefeito tem recebido o Sindicato dos
Municipários de Pelotas, o que nos parece positivo, por outro, mantém uma
política de arroxo salarial sem perspectiva de mudanças. Mexeu no
Vale-Alimentação, que tinha prometido não mexer durante a campanha. No debate
realizado durante o primeiro turno das eleições no auditório lotado do Colégio
Municipal Pelotense, afirmamos que o tipo de política representada na
candidatura do atual Prefeito era o mesmo de muitos Governos que temos mundo
afora: arroxo nos trabalhadores dando a desculpa da “saúde financeira” do
Governo. Nestes cem dias já vimos a confirmação desta prática.
Por fim, queremos dizer que imaginamos que este texto irá
gerar alguns desconfortos nos apoiadores mais entusiasmados do atual Governo. Uma
das críticas será em relação ao pouco tempo de Mandato, já respondida no início
do texto.
A outra será a de que escrevemos um texto repleto de
críticas, sem elogios a possíveis medidas positivas. Para estes dizemos que o
Governo tem seus meios de divulgação e seus apoiadores na mídia para fazer
propaganda de suas medidas. Nós temos as ruas e as redes sociais para apontar
nossas críticas.
No debate sobre “mudanças e renovações” que realizamos
durante a campanha surgiu um bordão, elaborado pelos competentes marqueteiros
do atual Prefeito que todos conhecem. Com estas medidas destes cem primeiros
dias de Governo, continuamos com o bordão elaborado pela sabedoria popular:
Eduardo Leite, eu poderia te chamar de Eduardo, mas posso te chamar de Fetter.
Sobre o 'teaser' da Prefeitura sobre os 100 dias (http://www.youtube.com/watch?v=73ZGG-uwcxg): Tive que assistir pausando pra conseguir ler. Algumas observações/perguntas: Falar que tá 'de olho' na saúde não indica ação, ainda mais se considerar que teve posto fechado por falta de pessoal. O olhar tá atrasado, foi antecipado mas ineficaz ou é só pra citar o assunto? Milhões de investimento na UPA já foram aplicados ou apenas fazem parte do cálculo? Combate à dengue é básico, sempre tem, ainda mais em época de epidemia. Programa Mãe Pelotense é aquele lance do kit-maternidade? Já tão distribuindo? O restauro do Theatro Sete de Abril não foi 'iniciado' propriamente, mas já saiu o edital e se falou no teaser em 1,5 milhão, mas o valor final é bem maior, sendo bom lembrar que já rolou grana em outras vezes pra reforma mas foi embolsado e pelo visto nada adiantou. O que significa meta de estratégia? Redução dos Cargos de Confiança é bom! Patrimônio valorizado é o Theatro ou o quê? Ou é o PAC também citado? Credenciar-se é importante, mas não é garantia de conquista. Mobilidade urbana são as ciclovias (toscas, mas funcionam)? Cem milhões pra melhorar o trânsito? Isso é planejamento orçamentário, certo? Imagino que sim, porque mais adiante são enumeradas algumas mudanças futuras. Como assim GARANTIA de obras? Credenciar-se de novo... é importante. CENTRO em letras garrafais, Laranjal e Três Vendas. Por que não destacar os bairros onde a maioria do eleitorado mora? A expressão 'vem aí' não trata da realização dos 100 dias, é promessa futura. Centro livre dos camelôs OK, mas e os artistas de rua? O desenhista continua sem poder apresentar seu trabalho ao lado da banca de revistas. Quando diz que 'vai ficar' também trata do tempo futuro. Dos 64 segundos a toque de caixa,mal dando pra ler, mais da metade nada tem a ver com os 100 dias passados, Os últimos 20 segundos (um terço do vídeo) são só pra deixar fixado que se fez muita coisa.
ResponderExcluirLi o informativo da Prefeitura sobre os 100 dias passados. A maioria dos verbos referentes a realizações foi conjugada no tempo futuro.
O texto elaborado pelo PSOL, é uma crítica fundamentada no que estamos vendo, até o momento concordo que o tempo é reduzido sim, mas fecho integralmente principalmente com relação as questões referentes a saúde, uma secretaria tão criticada no governo anterior e temos a manutenção da secretária, é no mínimo um contrasenso, com relação ao arroxo do funcionalismo público, também vem ocorrendo uma atrocidade no municipío, portanto temos sim de ter um olhar crítico. E para fechar sabemos que o Diário Popular, jornal este que está presentado uma bela assessoria de imprensa a atual gestão, já fazia o mesmo na gestão anterior, ou seja, a credibilidade deste jornal deixa a desejar cada vez mais!!!!!!!!!!! Abraço
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