quarta-feira, 23 de julho de 2014

Em ato de apoio à Palestina, Robaina defende o fim de acordos do governo com Israel


O candidato da Frente de Esquerda ao governo do Rio Grande do Sul, Roberto Robaina (PSOL), esteve na noite de quarta-feira (16/07) na vigília de apoio ao povo palestino convocada por diversos movimentos sociais em Porto Alegre. O ato ocorreu após as 17h no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, e contou com a presença de dezenas de pessoas.
Há mais de uma semana, Israel vem bombardeando incessantemente a Faixa de Gaza. A ação militar já deixou 213 palestinos mortos, sendo que a maioria é composta por civis e pelo menos 39 são crianças, conforme informam os organismos internacionais de defesa dos direitos humanos.
No Rio Grande do Sul, o governo de Tarso Genro (PT) mantém um acordo assinado com a maior indústria militar de Israel, a Elbit. O governador firmou a parceria no dia 29 de abril de 2013, quando esteve em Israel. O contrato envolve a Elbit, o governo gaúcho e quatro universidades gaúchas (UFRGS, UFSM, Unisinos e PUCRS) para a construção de satélites.
O acordo promovido pelo governo Tarso é combatido por organismos de resistência do povo palestino, como o movimento Stop The Wall e a organização Coalition of Women for Peace. Essas entidades denunciam que a Elbit possui colaboração na construção do muro que segrega os palestinos na Cirsjordânia e no fornecimento de equipamentos de segurança para as colônias israelenses nos territórios palestinos – que foram consideradas ilegais pela ONU.
As denúncias que pesam contra a Elbit já fizeram com que países como Noruega, Alemanha e Holanda adotassem medidas de retaliação comercial à empresa, como a obrigação de que seus fundos públicos vendessem todas as ações que a companhia israelense mantinha em suas carteiras.
Se for eleito governador do Rio Grande do Sul, Roberto Robaina afirma que irá romper esse tipo de parceria com a indústria bélica de Israel. “Todos esses acordos têm que ser suspensos. Eles são uma forma de respaldar o Estado de Israel e isso significa se omitir em relação ao massacre do povo palestino”, observa. Para o candidato da Frente de Esquerda, “a solidariedade com o povo palestino é uma necessidade mundial, porque o que está ocorrendo é um genocídio sistemático”.
Coordenadora do movimento Stop The Wall, a ativista Maren Mantovani esteve no ato em apoio ao povo palestino em Porto Alegre e disse que somente a mobilização mundial poderá fazer com que Israel cesse os ataques na Faixa de Gaza. “Hoje, mais do que nunca, a Palestina precisa de solidariedade. Não estamos somente em Porto Alegre, são 10 mil nas ruas em Londres e há manifestações em mais de 30 cidades nos Estados Unidos. Os protestos são a esperança do povo palestino”, defendeu.
Ela ressaltou, ainda, a importância de os governos adotarem uma política de boicote, desinvestimento e sanções em relação a Israel. Esse movimento é conhecido internacionalmente como BDS e tem forte atuação na América Latina, já que a região se tornou prioritária em termos de parcerias econômicas, militares e diplomáticas pelo Estado de Israel.
O chamamento a uma política de boicote, desinvestimento e sanções em relação a Israel repete a mesma estratégia utilizada na luta contra o Apartheid na África do Sul – que foi derrotado, também, graças a uma ampla campanha de BDS contra o regime, que acabou encontrando apoio em diversos países ao redor do mundo.

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