Por
Luciana
Genro
O
Atlas da exclusão social, organizado pelo economista Mário
Pochmann, identificou que as 5 mil famílias mais ricas do Brasil
(0,001%) possuem uma riqueza acumulada equivalente a 42% do PIB do
país. Considerando o PIB de 2013 este valor seria de mais de R$ 2
trilhões concentrados nas mãos (e contas bancárias) destas 5 mil
famílias. O dado confere com reportagem do Jornal Valor Econômico
(02/09/2013) que afirma que os “gestores de patrimônio” que
oferecem “consultoria personalizada para montagem de portfólio a
famílias de alto patrimônio” tinham, até junho de 2013
exatamente 5.826 clientes. Estes gestores administravam, na ocasião,
R$ 58,87 bilhões, número que havia crescido quase 10% no primeiro
semestre de 2013. Os demais bilhões destes ricaços devem estar em
imóveis, jóias, obras de arte, etc. Recentemente a Revista Forbes
divulgou ainda que as 15 famílias mais ricas possuem uma riqueza
equivalente a US$ 122 bilhões, e entre elas estão donos de meios de
comunicação, bancos e empreiteiras.
Se
o Imposto sobre as Grandes Fortunas fosse implementado atingindo
somente quem tem riqueza acumulada acima de R$ 50 milhões com uma
alíquota de 5% (incidente apenas sobre a parcela de riqueza que
excede estes R$ 50 milhões) se poderia arrecadar R$ 90 bilhões ao
ano, o equivalente a todo o superávit primário (economia) feito
pelo país para pagar os juros da dívida, dinheiro aliás que vai
exatamente engordar os ganhos destes 5.826 clientes dos gestores de
patrimônio. Além de não pagar, eles recebem!
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