terça-feira, 15 de maio de 2012

Indignado - sobre o piso do magistério

 


Estudei minha vida inteira em escolas públicas. Fiz o Ensino Fundamental no Colégio Pedro Osório, no Ensino Médio estive no CAVG e no CEFET-RS (hoje IFSUL), a graduação na UFPel, onde hoje estou concluindo meu Mestrado.
Durante todos estes anos, tive contato com centenas de professores e demais profissionais da área da educação. Devo absolutamente tudo que eu sou à educação que recebi na minha casa, às pessoas que conheci nas ruas e aos profissionais de educação das Instituições pelas quais passei.

Estou acompanhando - ansioso e indignado – o desenrolar do tema do piso nacional dos professores. O debate em relação ao piso é antigo, assim como a defasagem salarial da absoluta maioria dos professores.
Nunca se ouviu uma voz contrária ao piso dos professores. Ninguém, absolutamente ninguém se atreve a dizer que os professores não merecem ter um salário digno. A novidade dos últimos anos é que foi criada uma lei sobre o piso que estipula um valor mínimo nacional.
Ocorre que estamos em um país onde grande parte dos recursos públicos são drenados para o pagamento de juros de dívidas impagáveis e para a corrupção. A absoluta maioria dos Partido Políticos é responsável ou conivente com esta drenagem. Se sobram recursos para banqueiros e corruptos, faltam para serviços básicos, como a saúde e a educação.
Neste sentido, aprovar uma lei que estipula o pagamento do piso sem modificar os rumos da economia é puríssima demagogia. Mais demagógico ainda é ser eleito na “onda” do pagamento do piso e chegar ao Governo, permanecer no Governo e sair do Governo não pagando.
Eis que na Cidade de Pelotas, nos dias atuais, estamos vendo e vivendo um absurdo dos mais revoltantes. Além de não cumprir a legislação, a Prefeitura capitaneada pelo Sr. Fetter Júnior acaba de cortar o salário dos professores que estão em greve lutando pelo pagamento do piso. Sequer o vale-alimentação estes profissionais receberam no início deste mês.
Eu não sei exatamente o que vai acontecer daqui pra frente. Não sei se os professores receberão o piso, se vão resistir aos ataques e ameaças que estão sofrendo e permanecerão em greve. Espero com todas as minhas forças que os professores continuem tendo garra e permaneçam lutando e dando o exemplo para toda a comunidade Pelotense. Espero que os profissionais da educação, seus familiares, amigos e toda a comunidade que precisa da educação pública cobre esta conta dos Governos, em todas as eleições – a hora em que eles sentem o peso da população. 
O que eu posso garantir é que eu não vou me esquecer. Não vou esquecer do que já aprendi e continuo aprendendo com os profissionais da educação pública. Vou cobrar, em todos os momentos, de todos os responsáveis ou corresponsáveis pelo desrespeito aos educadores. Nenhum deles vai ter folga.

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