Julio Domingues |
Na terça-feira dia 14
de agosto concedi uma entrevista ao Diário Popular. O jornal propôs que os
candidatos a vice prefeito escolhessem um local simbólico da candidatura para
conceder a entrevista. E a primeira questão fora justamente sobre a escolha do
local. Escolhi o Parque da Baronesa para contrastar a história oficial de
Pelotas, ou seja, a história branca, com a história concreta de exploração do
povo negro que de fato trabalhou e desenvolveu esta cidade. Inicialmente havia
pensado na praça popularmente conhecida como “Praça dos enforcados”, pois Pelotas
têm diversos símbolos que contam e recontam a sua história, esquecendo-se da
presença e contribuição do povo negro, que teve sua força extremamente
explorada e deu seu sangue para construir a cidade. A popularmente conhecida
Praça dos Enforcados, também é emblemática, recebe esse nome não oficial por
ser o local onde ocorriam as execuções dos escravos, através dos enforcamentos
transformados em um evento cultural da elite branca que aplaudia as atrocidades
ao ar livre. Enfatizei durante boa parte da entrevista a importância da
população negra na cidade de pelotas e a necessidade de valorização cultural,
salientando o papel de políticas públicas para esse fim. Uma que destaco é a
real aplicação da Lei 10639/03, que tornou obrigatório o ensino da História e
Cultura Afro-Brasileira em todos os estabelecimentos de ensino da educação
básica, em vigor desde 09 de janeiro de 2003. Pois é notório que a forma como
ainda hoje estudamos a história do Brasil o negro existe somente até 1888, ano
da abolição. Depois dessa data a figura do negro some dos livros didáticos.
Por fim salientei a
importância de um vice prefeito assumir um cargo administrativo, lembrei de um
caso recente em Pelotas em que um vice prefeito reivindicava junto ao prefeito
um gabinete, puro reflexo do modo como são formadas as alianças entre os partidos
tradicionais. Sob interesses pessoais, sem o menor critério ideológico. Fato
que ocorre nessa eleição também, afinal as noticias que cercaram as formações
das outras quatro chapas demonstravam o quadro da política tradicional. Em
nenhum momento esteve presente entre os acordos de coligações a proximidades
entre os projetos dos partidos, discutiam-se nomes, em que pese que alguns eram
citados por pensarem nas próximas eleições.
O PSOL é diferente
com uma candidatura que possui um programa que tem criticas a política
tradicional e seu vários projetos falidos, criticamos as péssimas gestões que
já passaram pela cidade de pelotas e deixaram uma marca de estagnação. Mas
vamos além, com propostas reais para cidade.