quarta-feira, 23 de abril de 2014

PSOL Pelotas na luta pela democratização dos meios de comunicação


A democratização dos meios de comunicação é uma necessidade estratégica e fundamental na luta socialista. Acreditamos que a causa merece um esforço de todos os coletivos e movimentos sociais, pois é necessária a criação de uma grande frente de luta para vencermos essa batalha. Diversos sindicatos, coletivos e movimentos sociais integrantes do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) elaboraram o projeto de Lei de Iniciativa Popular das Comunicações, com intuito de democratizar os meios de comunicação no Brasil. Sendo lançada, em 2013, a campanha “Para expressar a liberdade”, a qual divulga a luta para envolver a sociedade no debate e busca colher assinaturas para encaminhar o projeto por iniciativa popular. Mais do que nunca é estratégico e fundamental o nosso engajamento nessa luta. Se não tivermos possibilidade de acesso aos meios de comunicação de massa, vamos continuar dependentes dessa mídia dominada pelo capital que todos os dias ataca a nossa luta por justiça social!


O projeto de lei:
O projeto de lei popular proposto pelas entidades do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação na campanha Para expressar a liberdade (Lei de mídia democrática), propõe um grande avanço na democratização dos meios de comunicação de massa (Rádio e TV), mas o mesmo apresenta lacunas ainda não preenchidas pela proposta. Ainda que não contemple todos os avanços necessários para a completa democratização dos meios, a proposta de Lei de mídia democrática representa um extraordinário avanço se considerarmos a situação atual, onde o Brasil é um destaque mundial negativo em matéria de regulamentação das comunicações. O projeto é resultado de um amplo debate dentro do FNDC, composto por mais de 70 entidades, entre elas, coletivos de comunicação como o Intervozes, sindicatos de professores (ANDES), associações de rádios comunitárias e dezenas de sindicatos. Ressalte-se também que algumas entidades identificadas com partidos integrantes do governo federal compõem o FNDC e apoiam a proposta, entretanto, a pluralidade em um projeto dessa envergadura é inevitável para que consigamos fazer pressão social suficiente para alcançar a vitória.
Alguns avanços importantes do projeto: O projeto cria o sistema público de comunicação e começa a mudar a forma conceitual de se tratar a grande mídia no Brasil, o acesso aos meios de comunicação passam a ser tratados como direito e não como mercadoria. Garante 33% de canais públicos, sendo 50% (desse 1/3) de caráter associativo-comunitário, com órgão curador composto em sua maioria por integrantes da sociedade civil. Garante espaço para conteúdos regionais e produção independente. Define o direito de antena para grupos sociais. Define regras para impedir formação de monopólios e oligopólios. Estabelecendo limitações na quantidade de licenças de rádio e TV que um mesmo grupo pode ter nacionalmente.

Conjuntura: A hora da democratização dos meios! A realidade meus companheiros é que o verdadeiro grito do povo brasileiro é sufocado todos os dias pela mídia corporativa que domina nosso país! Porque será que as comunidades, movimentos sociais e sindicatos reúnem centenas, milhares de pessoas, fazendo variados manifestos em busca de justiça social, mas parece que tudo é distorcido (a mídia só divulga a pauta do capital)! As nossas verdadeiras lutas não passam nos telejornais ou geram notícias de poucos segundos. Quando geram notícia, na maioria das vezes, o “direcionamento” editorial das reportagens é contrário aos direitos sociais. O mesmo ocorre nas rádios e jornais que, muitas vezes, possuem proprietários ou interesses comuns aos transmitidos pelos barões da TV aberta brasileira. O que ouvimos na grande mídia brasileira é a voz de poucos grupos poderosos (banqueiros, grandes empresas (geralmente também grandes e milionários anunciantes dessa mesma mídia), grandes corporações do agronegócio e um sempre influente grupo de multinacionais que há muito tempo defende interesses contrários aos anseios da grande maioria do povo). O pleno exercício da nossa cidadania, a busca da dignidade do povo brasileiro, os nossos direitos fundamentais de acesso à educação e à saúde pública de qualidade, os direitos dos trabalhadores, a construção socialista. Essas lutas e tantas outras são atrasadas ou impedidas por um poderoso instrumento de comunicação que no Brasil, de forma absurda, pertence apenas a um pequeno grupo. O que existe no Brasil não é “liberdade de imprensa”, é, sim, domínio corporativo da informação. Mesmo com todo o avanço da comunicação por mídias alternativas (internet, redes sociais, etc.,) no médio prazo a TV e o rádio continuarão sendo gigantes e os grandes “informadores” do povo brasileiro. Ainda que o combate aos monopólios e oligopólios não sejam de origem libertária, pois se baseiam em conceitos liberais, utilizados pela própria burguesia para garantir espaços para vários de seus membros em cada setor, o sistema capitalista resiste em aplicar seus próprios conceitos na área da comunicação. Historicamente, os meios de comunicação de massa são considerados uma peça chave na reprodução ideológica capitalista. Então, a possibilidade de acesso dos movimentos sociais e forças de esquerda aos meios de comunicação de massa é considerada perigosa pelas forças conservadoras em razão do potencial revolucionário dessa situação. A efervescência política provocada no Brasil pelas jornadas de junho, aliada a conjuntura da América latina, onde a democratização da mídia tem avançado de forma significativa em vários países (Uruguai, Equador, Venezuela e Argentina) nos coloca no melhor momento para travarmos uma das maiores lutas dos movimentos de esquerda: A democratização da mídia! O governo federal, encabeçado pelo Partido dos Trabalhadores se mostra completamente omisso em mais uma pauta libertária. Esse é mais um dos tantos confrontos com o capital que o PT se nega a travar. O imobilismo para não confrontar os amigos do capital parece ser a palavra de ordem no governo. Acreditamos que apenas uma intensa pressão popular com a participação da diversidade das forças de esquerda e movimentos sociais pode fazer a democratização da mídia acontecer. O PSOL por sua combatividade e independência do capital é fundamental nessa luta! A nossa voz precisa ser ouvida! Eles não podem mais falar sozinhos!!

Carlos Azevedo, Psol Pelotas coordenador do Comitê regional FNDC Pelotas


Diames Brum, membro do Comitê regional FNDC Pelotas

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