quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Campanha do PSOL Pelotas será objeto de investigação científica
A campanha eleitoral do PSOL Pelotas foi um grande sucesso. Além de obter os 25,272 votos na majoritária e os quase 7 mil votos na proporcional, será, agora, objeto de Trabalho de Conclusão de Curso do Instituto de Sociologia e Política da Universidade Federal de Pelotas. A graduanda Camila Santos fará seu trabalho tendo como tema a campanha do PSOL Pelotas 2012 e será orientada pelo Doutor Daniel Mendonça, Professor da UFPel. O blog do PSOL pedirá aos autores a publicação do trabalho neste espaço. Desde já, ficamos muito felizes pelo reconhecimento e nos colocamos a disposição para contribuir em tudo que estiver ao nosso alcance.
MPF comemora decisão que mantém indígenas em terra Guarani-Kaiowá no MS
Desde novembro de 2011, os Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue ocupam área de reserva legal da fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de MS; os 170 indígenas da comunidade se refugiaram no local - situado do outro lado do rio (foto da travessia) que corta a região - depois de ataque de pistoleiros em agosto do mesmo ano.
Do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul:
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, suspendeu operação de retirada dos índios Guarani-Kaiowá do acampamento Pyelito Kue, atendendo a pedido da Fundação Nacional do Índio, após intensa mobilização de cidadãos na internet. O Ministério Público Federal tinha feito o mesmo pedido e foi contemplado pela decisão de hoje.
"A mobilização das redes sociais foi definitiva para alcançar esse resultado. Provocou uma reação raramente vista por parte do governo quando se trata de direitos indígenas", disse o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que atua em Dourados. A situação dos guarani em Pyelito Kue se tornou assunto em todo o país quando os índios divulgaram uma carta em que se declaravam dispostos a morrer em vez de deixar as terras, assim que foram notificados do despejo pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.
Pela decisão de hoje, os 170 indígenas podem permanecer em uma área de 2 hectares dentro da fazenda Cambará, em Iguatemi/MS, até que os trabalhos de identificação da terra indígena sejam concluídos. Relatório de Identificação e Delimitação da Terra Indígena falta ser publicado pela Funai. A desembargadora Cecilia Mello determinou o envio da decisão à presidente da República, Dilma Rousseff e ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.
À Funai, a desembargadora determinou que "deve adotar todas as providências no sentido de intensificar os trabalhos e concluir o mais rápido possível o procedimento administrativo de delimitação e demarcação das terras". Os trabalhos se arrastam há pelo menos 3 anos, quando a Funai assinou um Termo de Ajuste de Conduta com o MPF para examinar a questão territorial dos Guarani-Kaiowá.
Pyelito Kue
Os Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue ocupam área de reserva legal da fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul, desde novembro de 2011. Os índios se refugiaram no local - situado do outro lado do rio que corta a região - depois de ataque de pistoleiros em agosto do mesmo ano. Crianças e idosos ficaram feridos e o acampamento, montado à beira de estrada vicinal, foi destruído. (Confira nota sobre o ataque e fotos da travessiados índios)
Nota técnica da Fundação Nacional do Índio (Funai) publicada em março deste ano concluiu que a área reivindicada pelos indígenas como Pyelito Kue e Mbarakay é ocupada desde tempos ancestrais pelas etnias guarani e kaiowá. “Desde o ano de 1915, quando foi instituída a primeira Terra Indígena, ou seja, a de Amambai, até os anos de 1980 - com forte ênfase na década de 1970 -, o que se assistiu no Mato Grosso do Sul foi um processo de expropriação de terras de ocupação indígena, em favor de sua titulação privada”.
Para o Ministério Público Federal “afastar a discussão da ocupação tradicional da área em litígio equivale a perpetuar flagrante injustiça cometida contra os indígenas em três fases distintas e sucessivas no tempo. Uma quando se lhes usurpam as terras; outra quando o Estado não providencia, ou demora fazê-lo, ou faz de forma deficiente a revisão dos limites de sua área e quando o Estado-Juiz lhes impede de invocar e demonstrar seu direito ancestral sobre as terras, valendo-se justamente da inércia do próprio Estado”.
Publicado originalmente em: http://www.brasildefato.com.br/node/11043
PSOL Pelotas participa de Plenária do PSOL Porto Alegre
Dia 27 de Outubro de 2012, ocorreu, em Porto Alegre, uma Plenária Geral de avaliação das eleições de 2012 e perspectivas para o PSOL. Nela tiveram discursos de militantes e de representantes políticos que expressaram sua intenção e relação com o partido, mostrando com clareza suas opiniões sobre assuntos como os de Macapá e Belém, por exemplo. Estiveram presentes na bancada da discussão Luciana Genro (fundadora do PSOL), Fernanda Melchionna (Vereadora – Porto Alegre), Roberto Robaina (fundador do PSOL), Pedro Ruas (Vereador – Porto Alegre) e Jurandir Silva (candidato à Prefeito da Cidade de Pelotas).
O PSOL acredita que as crises sociais sejam momentos de possibilidade de crescimento para o partido, visto que, entraram na luta junto com a população nas greves que aconteceram durante o ano. Entende-se que a campanha de filiação é um grande avanço, pois assim, a participação popular na política cresce significativamente para organizar a luta contra a corrupção e a favor da igualdade social e da democracia. Com isso, pretende-se construir o PSOL e fortalecê-lo nacionalmente. Segundo Luciana Genro, “a melhor forma de atender o povo é trazer o povo para o PSOL.”
Têm sido divulgadas notícias sobre o apoio dos partidos DEM, PTB e PCdoB ao candidato do PSOL, Clécio Luís, que se elegeu no domingo (28). Além dessa, em Belém Lula (PT) deu apoio ao Edmilson (PSOL), candidato esse, que não se elegeu. Nós do PSOL de Pelotas e de Porto Alegre somos contra esses apoios, pois os partidos como DEM e PTB têm uma ideologia política distinta da nossa ideologia. Somos a esquerda que não se vendeu e, segundo declaração de Luciana Genro “o PSOL nasceu com a vocação de enfrentar as elites políticas do Brasil”. Portanto, deixamos claro para os nossos apoiadores, filiados e para todos os cidadãos Pelotenses que o PSOL não apoia alianças como essas. Somos a esquerda socialista que luta por igualdade social e democracia e é incoerente lutar ao lado de quem apoia o capitalismo.
Capitalismo esse que está aumentando a violência, a desigualdade, o preconceito e modificando o caráter do homem. “Os pobres estão sendo atirados pelos cantos das cidades, as propriedades estão sendo privatizadas. O acontecimento do Tatu Bola mostra o que é para a população a Copa do Mundo.” – desabafa Luciana Genro. Em Pelotas o descaso não é diferente. Jurandir Silva declarou que “as mentiras ditas durante a eleição de que a cidade de Pelotas está em ótimas condições são descaradas, pois são perceptíveis as condições da população na cidade.”
Jurandir conclui dizendo “Nós do PSOL, perfil claro de esquerda, estamos sendo saudados nas ruas de Pelotas. Eu briguei para ter um partido de esquerda e, por isso, vamos filiar muita gente, organizar muita gente para fortalecê-lo. Não vamos deixar nenhum Senador (Randolfe) acabar com a história do PSOL. Nós vamos ampliar a esquerda.” Após discurso de Jurandir Silva, os militantes do PSOL o contemplaram com o grito: “Jurandir Silva, pura coragem! É o Partido Socialismo e Liberdade.”
O primeiro suplente a Vereador do PSOL de Porto Alegre, Alex da Conquista, afirma que tem orgulho de não fazer parte da bandalheira política e acrescenta “me orgulho da militância que não ganha um real e veste a camisa pela luta. Por amor ao socialismo. Além disso, declaro que as pesquisas pagas durante as eleições desqualificam a política do país.”
Ronald, o funcionário de escola que passou em um Concurso Público para ser professor noticiado pela RBS TV e, por isso, foi muito mencionado nas redes sociais, fez sua declaração. Afirmou que foi muito importante para ele participar da campanha da Fernanda Melchionna e que a vitória dela foi um reflexo do seu trabalho como Vereadora na cidade de Porto Alegre e da militância do PSOL. Ao final de sua fala ele destacou que as campanhas como as de Jurandir Silva e Marcelo Freixo conseguiram se aproximar da população de forma expressiva.
Os militantes estão confiantes com o avanço do PSOL e conscientes de suas vitórias tanto em Pelotas, com o Jurandir, como em outras cidades. Algumas com representantes eleitos, outras não. Porém, todos vitoriosos. Reconhecemos a importância do partido para a sociedade, pois sabemos que com ele é possível mudar, isto é, acabar com a exclusão social e o preconceito com negros e com as mulheres. É dar espaço para que todos os cidadãos tenham voz para decidirem junto com o PSOL a política que deve ser feita. Reconhecemos a força que temos, visto que, as pessoas estão nos apoiando muito e confiando que é possível mudar. Acreditamos em uma sociedade igualitária e mais humana e nossa luta é para que a vida deixe de ter preço e para que seu valor deixe de ser comparado com a classe social. Nossa luta é para que a escola seja um ambiente agradável para quem educa e para quem é educado, para que a justiça vá de acordo com as leis e as cumpra sem medir histórico familiar ou renda. Nossa luta é para que o valor mais priorizado na sociedade, não seja o material e, sim, a dignidade humana. Pois, apesar do forte investimento do capitalismo em corromper com os valores sociais, ainda assim, é possível dignificar o homem. Segundo Alex, militante do movimento popular de POA “há dois tipos de fazer política, um deles é com dinheiro o outro com a verdade”. Pois bem, apresentamos o PSOL, o Partido Socialismo e Liberdade que vai às ruas com o trabalhador e com o estudante para reivindicar por seus direitos. Com a camisa do partido, lutamos por um ideal sem ganhar um real por que acreditamos na mudança e a burguesia pode tentar, mas afirmamos que ela não vai conseguir corromper os nossos valores.
Foto de Caroline Antunes, veja mais fotos em nosso perfil do facebook: http://www.facebook.com/psol.pelotas?ref=ts&fref=ts
Texto de Maiara Marinho, militante do PSOL Pelotas.
Texto de Maiara Marinho, militante do PSOL Pelotas.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
A tragédia dos Guarani Kaiowá
Os índios Guarani-Kaiowá, no Mato
Grosso do Sul, receberam da Justiça Federal de Navirai (MS) uma intimação de
invasão de seu território. Em carta, em situação de completo desespero, a comunidade afirma ao
governo que prefere ser completamente dizimada, antes que aconteça a ocupação.
Chocada, a sociedade brasileira tenta organizar a resistência (veja protestos pelo país). Em Pelotas, um ato está sendo planejado para 9 de novembro, sexta-feira, às
17h, no chafariz do calçadão. Assine a petição de apoio à causa.Leia texto de Eliane Brum e assista pronunciamento
de Marcelo Freixo.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Pesquisa do Senado revela: 77% das pessoas são favoráveis à criminalização da homofobia.
Pesquisa do Senado revela: 77% das pessoas são favoráveis à criminalização da homofobia. Por que a demora, Congresso? Aprovação do PLC 122 JÁ!!!
terça-feira, 23 de outubro de 2012
PSOL cresce nas eleições 2012
O Partido Socialismo e Liberdade cresceu nas eleições municipais de 2012 em relação ao pleito anterior, em 2008. Foram eleitos 49 vereadores e um prefeito. O PSOL ainda disputa o segundo turno em Belém (PA) e Macapá (AP).
O primeiro prefeito pelo PSOL é Gelsimar Gonzaga, eleito com 44,26% na cidade de Itaocara, município do Noroeste Fluminense. Ex-cortador de cana, Gelsimar tornou-se dirigente sindical nos anos 1980 e ajudou na fundação do PT, naquela década, e do PSOL, em 2005. “O objetivo é se tornar exemplo do que o partido pode vir a fazer em outras cidades no futuro. Somos uma cidade pequena, mas é exatamente por isso que podemos nos tornar exemplo de gestão transparente e responsável para todo o país”, afirmou em entrevistas à imprensa.
Na capital Belém, o PSOL participará do segundo turno das eleições. Edmilson Rodrigues obteve 32,58% da preferência do eleitorado e disputará o cargo de prefeito contra Zenaldo Coutinho (PSDB), que obteve 30,67%.
Em Macapá, a disputa acontece entre Clécio Luís, votado por 27,88% do eleitorado, e Roberto Góes (PDT), que conseguiu 40,16% dos votos.
Câmara de Vereadores
O PSOL elegeu 49 vereadores pelo interior do Brasil e em importantes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Salvador, Fortaleza, Natal, Maceió, Goiânia, Belém e Macapá.
Em ordem alfabética por estados, a relação dos eleitos:
AL – Maceió: Heloísa Helena
AL – Maceió: Guilherme Soares
AP – Itaubal: Diene Bulhões
AP – Macapá: André Lima
AP – Macapá: Professor Madeiro
AP – Porto Grande: Professor Glauber
BA – Aurelino Leal: Professor Marcos
BA – Aurelino Leal: Flávia da Cascata
BA – Salvador: Hilton Coelho
CE – Fortaleza: João Alfredo
CE – Fortaleza: Toinha Rocha
GO – Goiânia: Elias Vaz
MA – Pindaré-Mirim: José Victor Magalhães Cruz
MA – Trizidela do Vale: Dalcileno da Silva
MG – Antônio Dias: Japão
MG – Caratinga: Gilson Pena
MG – Santo Antônio do retiro: Diva
MG – Santo Antônio do Retiro: Zé Paquito
MG – São José da Varginha: Nelson Nonato
MG – Sete Lagoas: Ismael Soares
MG – Timóteo: Matinho
PA – Belém: Marinor Brito
PA – Belém: Meg Barros
PA – Belém Fernando Carneiro
PA – Belém: Dr. Chiquinho
PA – Agarapé-Açu: Professor Anderson
PA – Portel: Ronaldo Alves
RJ – Itaocara: Fernando Arcenio
RJ – Niterói: Paulo Eduardo
RJ – Niterói: Renatinho
RJ – Niterói: Henrique Vieira
RJ – Rio de Janeiro: Paulo Pinheiro
RJ – Rio de Janeiro: Eliomar Coelho
RJ – Rio de Janeiro: Renato Cinco
RJ – Rio de Janeiro: Jefferson Moura
RN – Natal: Sandro Pimentel
RN – Natal: Marcos do PSOL
RS – Porto Alegre: Pedro Ruas
RS – Porto Alegre: Fernanda Melchionna
RS – Viamão: Augustão
SC – Florianópolis: Afrânio Boppré
SP – Altinópolis: Zé do Carmo
SP – Campinas: Paulo Bufalo
SP – Capivari: Dr. André
SP – Jardinópolis: Paulo Dentista
SP – Presidente Alves: Eloísa Cabeleireira
SP – São Paulo: Toninho Vespoli
SP – Vinhedo: Rodrigo Paixão
SP – Vinhedo: Valdir Barreto
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
PSOL gaúcho deve expulsar integrantes por coligações dissidentes no RS
O Diretório Estadual do PSOL não concordou com a expansão do partido por meio de alianças fora dos critérios definidos pelo partido. Nas eleições de 2012 só foram admitidas coligações com PCB e PSTU – mas em Montenegro, por exemplo, o vice-prefeito eleito pertence ao PSOL. Luiz Américo Alves Aldana compôs a chapa com Paulo Azeredo (PDT). “Independente do resultado da eleição as regras precisam ser cumpridas. Ele ter sido eleito é irrelevante”, afirma o presidente do PSOL/RS, Pedro Ruas.
Além de Aldana, outros nove integrantes do diretório municipal devem ser expulsos nos próximos 30 dias. Já em São Lourenço do Sul, oito filiados ao partido vão sofrer ‘afastamento compulsório’. O PSOL chegou a integrar um ampla aliança com PP, PDT, PTB, PMDB, PSC, DEM, PSB e PSDB no município da Costa Doce. No entanto, a executiva estadual obteve vitória na Justiça Eleitoral e a sigla acabou excluída da coligação. “Mesmo que eles não tenham buscado recurso, manteremos posição firme”, assegura Ruas. O partido ainda investiga denúncias de apoio extra-oficial em outros municípios do estado.
Com informações da RBS.Publicado originalmente no SUL 21: http://sul21.com.br/jornal/2012/10/psol-gaucho-deve-expulsar-integrantes-por-coligacoes-dissidentes-no-rs/
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Democracia: um conceito em disputa
Carlos Nelson Coutinho
No mundo atual, boa parte da batalha das idéias que se trava entre as diferentes forças sociais centra-se na tentativa de definir o que é democracia, já que essa forma de regime político é hoje reivindicada por praticamente todas as correntes ideólogicas, da direita à esquerda. Ora, nem sempre foi assim. Há algumas décadas atrás, o pensamento explicitamente de direita — desde o catolicismo ultramontano até os diferentes fascismos — combatia abertamente a democracia; até mesmo o liberalismo, em boa parte de sua história, apresentou-se explicitamente como alternativa à democracia. Esta situação se alterou a partir da segunda metade do século XX. Por um lado, o fascismo praticamente desapareceu como força atuante no cenário político mundial; e, por outro, sobretudo a partir dos anos 1930, o liberalismo assumiu a democracia e passou a defendê-la, ainda que não sem antes minimizá-la, empobrecendo suas determinações, concebendo-a de modo claramente redutivo. Assim, pelo menos nominalmente, hoje todos são democratas.
Nesse sentido, devemos ter muita cautela, hoje, quando usamos a palavra “democracia”. Um brilhante pensador francês do século XVII, La Rochefoucauld, tem uma bela definição de hipocrisia: “Hipocrisia é homenagem que o vício presta à virtude”1. Ou seja, o fato de que todos hoje se digam “democratas” não significa que acreditem efetivamente na democracia, mas sim que se generalizou o reconhecimento de que a democracia é uma virtude. A hipocrisia consiste em que, com extrema freqüência, essa palavra — ainda que dita com ênfase — não significa absolutamente o que a história da humanidade e o pensamento político entenderam e entendem por democracia.
No mundo atual, boa parte da batalha das idéias que se trava entre as diferentes forças sociais centra-se na tentativa de definir o que é democracia, já que essa forma de regime político é hoje reivindicada por praticamente todas as correntes ideólogicas, da direita à esquerda. Ora, nem sempre foi assim. Há algumas décadas atrás, o pensamento explicitamente de direita — desde o catolicismo ultramontano até os diferentes fascismos — combatia abertamente a democracia; até mesmo o liberalismo, em boa parte de sua história, apresentou-se explicitamente como alternativa à democracia. Esta situação se alterou a partir da segunda metade do século XX. Por um lado, o fascismo praticamente desapareceu como força atuante no cenário político mundial; e, por outro, sobretudo a partir dos anos 1930, o liberalismo assumiu a democracia e passou a defendê-la, ainda que não sem antes minimizá-la, empobrecendo suas determinações, concebendo-a de modo claramente redutivo. Assim, pelo menos nominalmente, hoje todos são democratas.
Nesse sentido, devemos ter muita cautela, hoje, quando usamos a palavra “democracia”. Um brilhante pensador francês do século XVII, La Rochefoucauld, tem uma bela definição de hipocrisia: “Hipocrisia é homenagem que o vício presta à virtude”1. Ou seja, o fato de que todos hoje se digam “democratas” não significa que acreditem efetivamente na democracia, mas sim que se generalizou o reconhecimento de que a democracia é uma virtude. A hipocrisia consiste em que, com extrema freqüência, essa palavra — ainda que dita com ênfase — não significa absolutamente o que a história da humanidade e o pensamento político entenderam e entendem por democracia.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
VOTO DE PROTESTO - Consciente e Coerente - UM NOVO CONCEITO
A palavra "voto" significa manifestação de vontade ou preferência que fazem os participantes de uma eleição ou assembleia. A palavra "protesto" significa declaração formal pela qual se reclama contra alguma coisa. Considerando os termos e tendo plena consciência da minha opinião, posto neste texto o que significa, na minha percepção, o termo "Voto de Protesto" que muito é mencionado em época de eleição.
Nas greves feitas por servidores públicos há protestos como forma de reivindicar sobre leis trabalhistas que lhes indicam grande respeito, mas que, muitas vezes, o governo vai de encontro com tais leis, algumas, constitucionais, como a do piso nacional dos professores (há conflitos na constitucionalidade da lei e os governos usam desse conflito para não pagá-la), por exemplo. Nesse contexto a palavra "protesto" tem a função como "busca por algo melhor". No entanto, criou-se uma definição para a palavra "voto de protesto" que se distancia do termo mencionado anteriormente que é o voto dado a uma figura cômica.
A mídia é a principal fonte que forma opiniões na sociedade. Muitas pessoas por confiarem nos meios de comunicação baseiam-se pela opinião e deixam de questionar os termos usados e suas possíveis interpretações. Portanto, usar o voto como forma de reivindicar é afirmar que, a população estando insatisfeita com a política e seus representantes, protesta contra isso votando em algum candidato que é considerado símbolo de mudança. Mas isso não seria o óbvio?
Nas campanhas eleitorais feitas no Brasil não há democracia. O tempo disposto aos candidatos não é o mesmo, com isso, quem tem mais tempo para propor os seus projetos
consegue, consequentemente, maior atenção para conquistar a confiança do público. Quando, na verdade, a ideia deveria ser um espaço para que as pessoas pudessem avaliar os candidatos, criticar, questionar e escolher, de acordo com sua afinidade ideológica, o candidato e o partido a votar.
Por isso, votar em protesto de forma consciente e coerente é ter a percepção de como grandes partidos fazem para ter mais espaço, mais campanhas publicitárias com o dinheiro público que poderia estar sendo investido na educação, na saúde, por exemplo. E, com essa percepção, concluir que agem sem pensar na ideologia do partido, mas considerando apenas a vitória. Aplica-se a isso o pensamento de Maquiavel: "Os fins justificam os meios.", mas os meios são corruptos, por isso, injustificáveis.
A participação popular na política é essencial para o fortalecimento da democracia. Tornando o horário eleitoral democrático, as campanhas democráticas o cidadão - tendo a percepção do que é a política e dando merecida atenção e participação durante todos os anos, fora das eleições – viverá, enfim, em uma democracia.
Votar em protesto de forma consciente e coerente é estar votando a favor de tempo igual na televisão, de menores gastos em campanhas publicitárias e maior conscientização e participação popular na política. Voto de protesto consciente e coerente deve ser feito quando percebemos que a reforma política já foi prevista e não sai do papel por que os partidos consagrados na história do Brasil não têm interesse nela. Pois, sem essa reforma continuam tendo privilégios nas épocas de eleições fazendo do Brasil, um país cada vez menos democrático.
Maiara Marinho é estudante de Sistemas para Internet do IF-Sul Pelotas e militante do PSOL Pelotas
domingo, 14 de outubro de 2012
NOTA PÚBLICA DO PSOL AOS ELEITORES DE PELOTAS
O
Partido Socialismo e Liberdade de Pelotas, em plenária de filiados e
apoiadores realizada neste dia, para avaliar o 1º turno eleitoral e
definir posição quanto ao 2º turno, vem declarar o que segue:
Os
25.272 votos recebidos pelos companheiros Jurandir e Júlio para a
Prefeitura e os mais de seis mil votos para vereador do PSOL
demonstram que a sociedade pelotense está dizendo um basta à
política tradicional, às campanhas milionárias e ao festival de
promessas feitas sem nenhuma responsabilidade e conexão com a
realidade.
Nossa
campanha foi feita com pouquíssimos recursos financeiros, mas com
muita criatividade e sinceridade, por pessoas comprometidas com a
construção de um mundo diferente e que não eram remuneradas por
isto, como dizia uma camiseta que se espalhou pela cidade às
vésperas da eleição: “Não ganho um real, tô na rua por ideal”!
Foi
esta forma diferente de fazer política que conquistou os corações
de tantos pelotenses e que está fazendo com que a política nunca
mais seja a mesma após estas eleições em Pelotas.
Hoje,
o PSOL se torna o polo de uma proposta alternativa para a cidade,
baseada na discussão dos reais problemas de nossa população e
comprometida com a participação direta de todos, onde a DEMOCRACIA
REAL se constrói no cotidiano das lutas sociais dos jovens, dos
trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos homossexuais e de todos
aqueles discriminados pela sociedade do capital e do consumo.
Assim,
tendo em vista a realização do 2º turno das eleições no próximo
dia 28 de outubro, avaliamos que as duas propostas que estarão sendo
julgadas pelos eleitores pelotenses não apresentaram nada de novo em
suas campanhas, além das promessas e da forma usual e burocrática
de administrar, relegando aos eleitores o mero papel de assistentes
de suas velhas formas de fazer política.
Portanto,
cientes do papel que o PSOL tem a cumprir na legítima defesa dos
interesses do povo de nossa cidade e das grandes possibilidades que
abrem-se após a confiança depositada por tantos eleitores e
avaliando que nenhuma das duas candidaturas tem este compromisso,
liberamos nossos eleitores para que, a partir das questões aqui
apresentadas e das propostas que serão defendidas pelos candidatos
durante a campanha deste 2º turno, definam seu voto de acordo com
sua consciência.
Por
uma Pelotas Popular e Sustentável! Viva o PSOL! Viva o Socialismo e
a Liberdade!
Pelotas,
13 de outubro de 2012.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
NOTA PÚBLICA DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE DE PELOTAS
O
PSOL/Pelotas vem, em primeiro lugar, agradecer aos 25.272 eleitores que
acreditaram nas propostas de mudança defendidas pelos nossos companheiros
Jurandir e Júlio durante esta campanha.
Estes
votos representaram a indignação com a velha política, defendida pelas outras
candidaturas à Prefeitura de Pelotas e evidenciada pelos altos custos de
campanha, pelo pagamento de pessoas para levantarem suas bandeiras pelas ruas
da cidade e pelo festival de promessas realizadas, que fizeram com que não
houvesse diferenças significativas entre elas.
Portanto,
este foi um voto na esperança de uma nova política, alicerçada nos princípios
da liberdade, da igualdade e da democracia real.
O
PSOL representa esta esperança, como Partido enraizado nas lutas dos
trabalhadores, da juventude, das mulheres e de todos aqueles que são
discriminados em nosso país.
Por
isso, o PSOL se constrói de maneira diferente dos grandes partidos, sem chefes,
sem abuso do poder econômico, ouvindo a todos e decidindo coletivamente.
Desta
forma, a Executiva Municipal do Partido em Pelotas, reunida nesta terça-feira,
dia 9/10, para iniciar o processo de avaliação das eleições ocorridas no último
domingo e para discutir a posição oficial em relação ao 2º turno para a
Prefeitura, decidiu convocar reunião de seu Diretório Municipal para a próxima
quinta-feira, dia 11/10, às 19 horas, em sua Sede e convidar a todos os
filiados ao PSOL e apoiadores da nossa campanha no 1º turno para uma PLENÁRIA
GERAL no sábado, dia 13/10, às 16 horas, no Plenário da Câmara Municipal,
quando nossa posição será definida e anunciada à imprensa e à sociedade
pelotense.
Juntos somos fortes! Por uma Pelotas Popular e
Sustentável!
Pelotas, 11 de outubro de 2012.
sábado, 6 de outubro de 2012
Em PELOTAS é 50 para PREFEITO e 50 para VEREADOR!
Manifestação dos militantes do Partido Socialismo e Liberdade no Calçadão de Pelotas, na véspera do Pleito Municipal, dia 06 de outubro de 2012.
Uma militância que não "ganha um real e está na rua por ideal"!
Porque NADA pode parecer IMPOSSÍVEL de MUDAR!
Jurandir Silva - PREFEITO
VOTE 50 DUAS VEZES!
ATÉ A VITÓRIA!
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
No dia 07 de outubro vote 50 duas vezes!
Pelotas precisa de vereadores do PSOL. Precisamos de 9 mil votos para eleger nosso primeiro vereador. Vote 50 duas vezes ou escolha um de nossos candidatos. Você não vai jogar seu voto fora!
Plenária final
Participe da plenária final da candidatura de Jurandir Silva. Venha construir Pelotas Popular e Sustentável!
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Marlon Campos e Alexandre Maciel são 50!
Marlon Campos e Alexandre Maciel já responderam. Responda você também "Por que voto 50" e participe da nossa campanha interativa.
Morre aos 95 anos historiador marxista Eric Hobsbawm
Londres, 1 out (EFE). Do site do UOL
Confira entrevista concedida pelo historiador ao "Estadão" de São Paulo.
O influente historiador marxista Eric Hobsbawm, britânico de origem judaica, morreu nesta segunda-feira em Londres, aos 95 anos, confirmou sua família.
Hobsbawm morreu no começo da manhã no hospital Royal Free de Londres, onde era tratado de uma pneumonia, segundo a rede britânica "BBC".
Um comunicado de sua família informou hoje que Hobsbawm deixa "não só sua mulher dos últimos 50 anos, Marlene, seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também seus milhares de leitores e pesquisadores no mundo todo".
Entre suas obras mais destacadas, que influenciaram gerações de historiadores, estão "Era dos Extremos: o Breve Século XX: 1914 - 1991" e "Globalização, Democracia e Terrorismo".
O intelectual, que usou os princípios do marxismo para explicar o mundo atual, publicou seu último livro em 2011, sob o título "Como mudar o mundo".
Hobsbawm nasceu em Alexandria (Egito) em 1917, em uma família judia, e cresceu em Viena (Áustria) e Berlim (Alemanha) antes de se mudar para Londres em 1933, ano em que Hitler chegou ao poder na Alemanha.
O intelectual estudou na Universidade de Cambridge e em 1947 se tornou professor na universidade londrina de Birkbeck, onde colaborou durante anos até chegar a sua presidência.
Confira entrevista concedida pelo historiador ao "Estadão" de São Paulo.
Entrevista com Eric Hobsbawm: Trocando mitos por história.
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