segunda-feira, 30 de julho de 2012

Chico Buarque vai votar 50 no Rio de Janeiro.


Bertold Brecht

Primeiro levaram os negros.
Mas não me importei com isso.  Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários. 
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis.
Mas não me importei com isso.
Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados.
Mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estão me levando.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém .
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956).

domingo, 29 de julho de 2012

PSOL Pelotas debate programa municipal

Sábado foi um dia movimentado para o PSOL Pelotas. No turno da manhã ocorreu o ato público de lançamento das candidaturas (matéria específica abaixo); já no turno da tarde tivemos debate programático sobre participação popular e radicalização da democracia, no plenarinho da câmara de vereadores, com o dirigente nacional do PSOL João Machado e com o candidato a Prefeitura de Pelotas Jurandir Silva.
João Machado tratou sobre temas da conjuntura e da atual composição das forças partidárias. Salientou a falta de debate programático entre os partidos tradicionais e o uso da política como balcão de negócios pelos mesmos. Na conclusão, João Machado frisou que existe espaço para pautar com força uma política de novo tipo e para o crescimento do PSOL enquanto força política. Registrou o crescimento do partido no Brasil e as possibilidades históricas de ano de 2012, como a possibilidade do PSOL eleger prefeitos em algumas capitais do país.
João Machado

Jurandir Silva tratou sobre as propostas do PSOL Pelotas para aprofundar a democracia no município. O fortalecimento e a criação de novos conselhos municipais, a criação de conselhos de bairros autônomos ao poder público, mas com poder de decisão e influência nas ações governamentais, além da utilização de plebiscitos como forma de decisão popular. Salientou a história de lutas do PSOL Pelotas e a força da militância do partido: "Somos o único partido capaz de levar 60 pessoas ao chafariz do calçadão sem que nenhuma delas sejam pagas para tal". 
Jurandir Silva
Por fim, houve intervenções do plenário que confirmaram a necessidade de fortalecer o projeto político do PSOL e a rejeição a qualquer tipo de aliança com os partidos tradicionais, responsáveis pela situação caótica que vive nosso país e nossa cidade.

Começa a campanha de rua do PSOL Pelotas

Na data de ontem o PSOL Pelotas realizou ato público no chafariz do calçadão, marcando o inicio da campanha de rua do partido. Estiveram presentes mais de 60 pessoas entre candidatos, militantes, filiados, apoiadores e simpatizantes. 
Militantes do PSOL durante a atividade.
A agitação da militância animou a atividade. Em suas falas os candidatos pautaram a importância de uma política de novo tipo para Pelotas, orientada pelo viés social, que combata a corrupção e os privilégios dos políticos e a defesa intransigente dos direitos sociais e das pautas dos movimentos sociais organizados.
O candidato a vice-prefeito, Júlio Domingues, pontuou a importância de construir uma candidatura diferente, que desmascare a política tradicional e que ao mesmo tempo proponha uma política que reoriente as prioridades de governo, passando do modelo atual de exclusão, para um novo modelo: o da inclusão.
Julio Domingues discursa no ato público.

O candidato a Prefeito, Jurandir Silva, lembrou da difícil tarefa de enfrentar estas eleições. O poder econômico das outras candidaturas, que são todas formadas por políticos tradicionais, e a despolitização da campanha eleitoral por parte desses candidatos dificultam o caminho. Porém, o PSOL é o único partido que possui militância. Não a militância paga. É a militância aguerrida e politizada, que acredita em outro modelo de sociedade e que ocupa a política. “Só o PSOL tem isso” aponta Jurandir Silva. Veja abaixo parte da fala do candidato a Prefeito pelo PSOL, Jurandir Silva!




Abaixo fotos dos candidatos a vereador pelo PSOL presentes na atividade.Veja mais fotos de nossa atividade em nosso perfil do facebook: http://www.facebook.com/psol.pelotas
Vitor Ativista Azubel 50341

Luan Badia 50123

Alexandre Nunes 50505

Winnie Bueno 50501

Nego Leite 50050
Walter Carteiro Raul 50500

Samuel Krolow 50135

quinta-feira, 26 de julho de 2012

TRE-RS mantém direito de Luciana Genro realizar campanha

Do site da Luciana Genro.


Foto: Luciano Victorino
Roberto, Antônio Augusto, Pedro Ruas, Luciana e Fernanda comemoram a vitória. Foto: Luciano Victorino
O pleno do Tribunal Regional Eleitoral do RS votou ontem, por unanimidade, por manter o direito de Luciana Genro de realizar atos de campanha a vereadora de Porto Alegre, inclusive no horário gratuito de televisão e rádio. Acompanhada de apoiadores e do candidato do PSOL à prefeitura Roberto Robaina, e dos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, Luciana assistiu à sessão, em que seu advogado Antônio Augusto Meyer dos Santos apresentou a defesa. A decisão foi baseada na Lei das Eleições, que assegura a candidatos com registro sub judice o direito à participação em atos de campanha.
Por 5 votos a zero, os desembargadores seguiram o voto da relatora, a desembargadora federal Maria Lúcia Luz Leiria. No dia 13 de julho, Leiria havia suspendido a liminar expedida pela juíza Elisa Correa, em acolhimento à solicitação do MPE. Luciana é alvo de uma ação do Ministério Público Eleitoral (MPE), que pede impugnação da sua candidatura por ser filha do governador Tarso Genro.
Após a decisão do TRE-RS, Luciana Genro afirmou: “depois da absurda decisão da juíza e os prejuízos que teve minha campanha vamos com tudo para a disputa”. A candidata à vereadora promete iniciar de fato a campanha, após a vitória na ação, como forma de superar os prejuízos sofridos por esta ação.

Psol veta 150 coligações sem caráter ideológico


Os diretórios municipais do Psol foram proibidos pela executiva nacional de fazer alianças com partidos como PSDB, DEM, PMDB, PR, PTB, PSD, PRB e PP, independentemente das razões que poderiam motivar as coligações. Ao todo, foram vetadas alianças em 150 cidades por representarem "um bloco conservador que sustenta o regime político atual". O presidente nacional do Psol, deputado Ivan Valente (SP), disse que o mais importante para a sigla é se afirmar como um partido de esquerda, com ideologia.
"Neste momento, estamos numa fase de afirmação partidária e ideológica. O Psol se mostra para a população como o partido que tem votado de forma diferente no Congresso Nacional. Em várias questões econômicas, no Código Florestal, com a própria Lei da Copa, o Psol foi o único que manifestou claramente sua posição contrária, estamos conquistando espaço assim", disse. Ele concorda que a restrição nas alianças impede que o partido conquiste mais espaço político, mas que "vencer a qualquer custo" não é um objetivo da sigla.
"Assim como não vamos assumir o financiamento privado das campanhas, porque não queremos ver o poder econômico influenciando na política, também não queremos que o tempo de TV continue sendo uma mercadoria. Achamos sim importante ter mais espaço na propaganda eleitoral, mas se isso for desvirtuar a identidade do Psol, preferimos ficar sem", disse ao destacar que a sigla preferiu optar por candidaturas próprias. "Temos candidatos em 23 das 26 capitais, e com chances muito fortes em pelo menos três", afirmou ao citar Rio de Janeiro, Belém e Macapá.
O líder ainda citou o exemplo do Rio, onde o deputado estadual Marcelo Freixo aparece em segundo lugar na última pesquisa do Datafolha, para defender que, embora o leque de coligações seja pequeno (apenas coligações com PSTU e PCB são bem-vindas), o Psol conta com uma "aliança com a sociedade". "A candidatura do Freixo tem recebido a adesão de muitos líderes de outros partidos, do PT, do PDT, de intelectuais, de artistas, de pessoas que estão descontentes com o modelo atual. Isso nos fortalece".
No rio Grande do Sul, foram barradas as coligações espúrias de São Lourenço do Sul e Montenegro.

Luan Badia 50123


Winnie Bueno 50501


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Vote 50!


Defenderemos o Pontal Vivo!

A área do Pontal da Barra, no laranjal, é alvo da ambição e ganância de alguns empresários. Esses, pretendem construir um hotel de luxo, porém, devido a necessidade de preservação do local, a área é protegida pela FEPAM. A investida criminosa no local é constante. Existe, inclusive, um movimento organizado especificamente para defender a preservação do local, denominado "Movimento Pontal Vivo". Abaixo segue link do blog do Movimento Pontal Vivo e reportagem do G1 sobre novo atentado no local.


22/07/2012 12h49 - Atualizado em 22/07/2012 12h49

Polícia suspeita de crime ambiental em incêndio em Pelotas,RS 


Cerca de quatro hectares de uma área na Praia do Laranjal pegou fogo.

Empresas querem construir loteamento no local, mas Fepam embarga.

Do G1 RS
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Área na Praia do Laranjal, em Pelotas, está pegando fogo (Foto: Antonio Peixoto Oliveira/ RBS TV)
A Polícia Civil suspeita que o incêndio que começou por volta das 11h deste domingo (22) em uma área de cerca de quatro hectares na Praia do Laranjal, em Pelotas, possa ter sido criminoso. A área de banhado é protegida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), mas empresas desejam construir um loteamento no local, diz a polícia.
Segundo moradores relataram aos policiais que estão no local, é a segunda vez em menos de um mês que a vegetação pega fogo na localidade conhecida por Pontal da Barra, na praia do Laranjal.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

SOCORRO, PRONTO SOCORRO

Quando eu tinha doze anos tive que ir ao pronto socorro devido a uma reação alérgica, chegando lá me deparei com cenas que me assustaram. Alguns anos depois, inspirado nos fatos que vi, escrevi a crônica “Socorro, Pronto Socorro”. Triste é saber que quinze anos depois os problemas da saúde em Pelotas permanecem os mesmo.

SOCORRO, PRONTO SOCORRO
Por Julio Domingues

Esporadicamente vê-se nos noticiários brasileiros a vida por entre os corredores de nossos hospitais públicos. Em geral são imagens desfocadas, fruto de câmeras escondidas, mas mesmo estas podem captar angustiantes momentos. Como a ultrajante permanência nos corredores de um hospital, nada mais absurdo do que receber atendimento nestes mesmos corredores em macas, cadeiras escolares, em pé ou no chão mesmo. A regra das disposições por paciente é conforme a gravidade da situação, ou seja, o paciente em situação mais delicada ficará deitado em uma maca, nada mais obvio. No entanto o corredor é o leito por tempo incerto, tempo esse que em um hospital quanto mais você passa mais angustiante lhe é, a começar pela sala de espera.
Em situação não muito recente permaneci um considerável tempo na sala de espera de um Pronto Socorro, o que me oportunizou ver suntuosos lances como: pernas quebradas, de tal forma que eu não consiga imaginar que um dia será reconstituída, homenzarrão com ferimento na cabeça escondendo-se para não o verem chorar, ou ainda mães em desespero com seus filhos convalescendo em seus braços.
É, e a espera continua... Porque a lógica de atendimento é por ordem de desgraça (ou melhor, dizendo gravidade) e não por ordem de chegada. Nada mais justo, mas isso traz em mim (que fui ao PS por simples problema alérgico) um sentimento de culpa por estar ocupando tempo e espaço de outra pessoa com problema pior. Sentimento reforçado pelo médico, orientando que eu deveria ter procurado o posto de saúde do meu bairro.
Bom! Minha resposta é única: Se a alergia tivesse me avisado de sua chegada eu teria agendado uma consulta – com duas semanas de antecedência - para este referido dia. Pois no “Postinho” do meu bairro é assim: consulta, só agendando com no mínimo duas semanas de antecedência. Depois de mais um “quando for assim não venha ao PS,” - afirmativa do profissional da saúde, que eu entendo e concordo perfeitamente - veio o diagnostico e a receita, e me resta trilhar corredores até a saída em que observo cenas que certamente ocorrem diariamente nos corredores: o paciente que reclama da demora em seu atendimento e o médico e/ou enfermeiro que se justifica: - Estou fazendo o trabalho de três.
E a situação é exatamente esta, é difícil fazer milagre. Tenho a ligeira impressão que deve ser complicado trabalhar num espaço insuficiente, com menos profissionais que o necessário, escassez de material, reclamações constantes e ainda executar com agilidade, destreza e eficiência as tarefas que dizem respeito a nada mais nada menos que a vida de seres humanos. Que profissão difícil!
 Ao ver os profissionais da saúde em um Pronto Socorro, lembro-me do personagem James Bond, reconhecido por realizar, tarefas das mais absurdas, extraordinárias e perigosas com um mínimo de material. No entanto, até Bond para construir uma bomba, por exemplo, precisa de uma mola, um parafuso e um chiclete. No caso dos nossos “Bonds” da saúde faltam-lhes, muitas vezes, o mínimo de material. Sendo assim muito mais difícil realizar as tarefas extraordinárias e perigosas do dia-a-dia de um Pronto-Socorro.
Talvez analogia com bomba não seja das melhores porque a idéia não é destruir, não se defende aqui a destruição do Sistema Único de Saúde. Muito pelo contrario, construir, ampliar, e urgentemente melhor administrar.
 O sistema já tem problemas, levando em conta a verba que é repassada pelo governo federal (que é insuficiente e consegue ser reduzida ano após ano). Pior ainda, se os administradores municipais não gerenciarem a saúde com a concepção de prioridade que o tema precisa, nossos corredores estarão mais cheios e nossos “Bonds” estarão trabalhando por 10, 20 e não por três. Em suma, a sobrecarga atual já é absurda, e a depender das administrações, pode piorar.

Julio Domingues é professor de Sociologia e candidato a Vice-Prefeito de Pelotas pelo PSOL.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

JUSTIÇA ELEITORAL CONDENA CATARINA E BACCI POR PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA

Do site do Diário Popular:
Eleições 2012

Catarina e Bacci são multados por propaganda antecipada



Por: Anna Fernandes
anna@diariopopular.com.br
A juíza da 164ª Zona Eleitoral Lizete Brod Lokschin julgou procedente o pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE) que considerou propaganda extemporânea a publicação de “Apedido” em jornal e blog de Pelotas feita pelos então pré-candidatos a prefeito Catarina Paladini (PSB) e Reginaldo Bacci (PCdoB) e seus respectivos partidos.
Conforme o MPE, “nos dias 19 e 20 de março de 2012, os partidos representados, por intermédio de suas respectivas direções executivas, fizeram veicular um ‘Apedido’, sob o título ‘PSB e PCdoB firmam compromisso para a eleição municipal local”, onde informavam à comunidade pelotense que pretendiam caminhar juntos na disputa à prefeitura de Pelotas. No entanto, os partidos representados não teriam se limitado a informar à população a realização da aliança política, passando no “Apedido” em questão a enumerar algumas ações políticas e compromissos com a sociedade pelotense.
No relatório da juíza eleitoral, os representados apresentaram defesa afirmando “não terem promovido na publicação ou pagamento pela veiculação da nota a qual teria como objetivo apenas informar a comunidade acerca da aproximação entre as agremiações partidárias, contendo dados genéricos, sem buscar angariar votos e/ou simpatia dos eleitores de forma dissimulada”. 
Para a juíza, a nota veiculada pelos partidos representados, além de tecer críticas à atual administração municipal, remete, do início ao fim, ao pleito futuro, tanto que intitulada PSB e PCdoB firmam compromisso para eleição, sendo a mensagem dirigida aos eleitores. Os quatro representados foram condenados ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil.
Em virtude da Legislação Eleitoral não serão aceitos comentários nesta reportagem.                              

O TRABALHO DO VEREADOR


Como já foi dito no texto anterior, o trabalho do vereador é o de legislar e fiscalizar o executivo, ou seja, fazer leis para o povo e fiscalizar o trabalho do prefeito. Algo aparentemente simples, mas que um “mau vereador”, “corrupto”, pode utilizar como instrumento de barganha e receber vantagens do prefeito para ocultar possíveis irregularidades administrativas em troca de cargos no executivo para apadrinhados políticos.
Nestas eleições você escolherá novos representantes para ocuparem vinte e uma cadeiras na câmara de vereadores de Pelotas. Com o aumento no número de cadeiras, de 15 para 21, o quociente eleitoral foi reduzido. Nas eleições de 2008 foi necessário mais de 12 mil votos para que fosse ocupada a primeira cadeira, nesta eleição a estimava é de mais de 8000 votos. Mas se o número de votos necessários para eleger um vereador diminuiu, o número de candidatos teve um aumento expressivo, já que até o presente momento temos 360 candidatos ao pleito.
O número elevado de candidatos demonstra a possibilidade de escolher novas mentes para o legislativo, algo importante numa cidade que parece ter estagnado no tempo. Mas para tanto você deve separar o “joio do trigo”, ou seja, dar oportunidade aos novos, expurgar quem já foi vereador e não contribui de maneira significativa para o progresso do nosso município.
As eleições não são um jogo no qual se aposta no que teoricamente se pensa ter chances de vitória. Seu voto é um ato de consciência, não é algo que de maneira infantil ao final do pleito se utiliza para declarar aos quatro quantos ser campeão. Não vote por impulso, vote consciente, vote sabendo que você fez a sua parte para transformar nossa terra. Os vereadores do PSOL assumem esse compromisso, ou seja, de forma transparente, responsável, coerente, trabalhar para o progresso comum e, neste sentido, não tenha dúvida, se houver irregularidades no governo ou na câmara de vereadores elas serão investigadas e os culpados serão responsabilizados. Este é um compromisso de um vereador do PSOL este é o meu compromisso com você.
Alexandre Nunes - 50505 PSOL

IMPUNIDADE PARA QUEM?


Por Heloisa Helena

Os velhos humanistas espanhóis propagavam em belo enunciado que as leis ao serem aplicadas deveriam ser flexíveis para os fracos, firmes para os fortes e implacáveis para os contumazes. Na realidade, dos nossos tristes e violentos dias, os fracos enfrentam o rigor das leis ou a própria barbárie em que eles estão inseridos enquanto que os poderosos e contumazes sempre conseguem usufruir da flexibilidade da legislação e das benécias do poder para consolidar a vergonhosa impunidade. Vez ou outra – tipo 1 em 1 milhão - é que um desses poderosos é condenado até para salvaguardar o próprio sistema e sua podridão! Em outro texto – antigo e bastante atual – o Pe. Antonio Vieira alertava que até Jesus tratava de forma diferenciada o ladrão pobre do ladrão rico... Para Dimas - pobre e por isso mesmo crucificado com Ele e que nada tinha a restituir - o perdão imediato em “Estarás comigo hoje na Casa do meu Pai!”... Para Zaqueu - rico não por trabalhar, mas por muito roubar - o perdão só veio mesmo quando ele se assumiu como ladrão e se comprometeu a restituir quadruplicado o que tinha roubado! O texto é de 1655, mas muito atual ao mostrar a metodologia dos “príncipes” que conjugam de todas as formas e modos o verbo roubar e costumam não restituir o dinheiro público vorazmente roubado e até ousam restituir aos cargos aqueles igualmente mal acostumados na conjugação do tal verbo. Segundo o referido Padre vão todos para o inferno e eu sempre fico a me perguntar se haverá braseiro suficiente pra tanto político cínico e ladrão... por isso prefiro lutar para que essas excelências delinqüentes sejam devidamente condenados, como manda a legislação em vigor no país, na experiência terrena mesmo!
Mas analisemos a situação concreta – e alternativas de reversão – de quem está sendo cotidianamente condenado de forma implacável, sem julgamento, sem conhecimento das motivações e vivenciando as penalidades, sem possibilidade de superação dos dramáticos momentos do cotidiano e sem mecanismos objetivos de ressocialização se já formalmente encarcerados. Existem milhões de seres humanos em nosso país (Alagoas ostenta os piores indicadores sociais) que nasceram em comunidades vulneráveis socialmente nas periferias e são condenados à miséria humana (que é infinitamente mais infame que a pobreza absoluta). Foram condenados a nascer em condições absolutamente precárias - e se não foram jogados numa calçada em noite fria ou numa lata de lixo – foram condenados a ter como chão para suas brincadeiras os esgotos a céu aberto... Foram condenados a morar num casebre sem lençóis limpos e perfumes delicados, compartilhando camas com adultos onde a sexualidade precoce é estimulada ou a maldita iniciação sexual é ditada pelo abuso e exploração na pedofilia... Foram condenados a não manusear a textura dos papéis de livros cheios de estórias e desenhos maravilhosos que poderiam até encantar e suavizar as suas próprias histórias dilacerantes de dias e dias de gritos, espancamento, alcoolismo e outras drogas, destruição de laços afetivos familiares e tantas outras situações angustiantes... Foram condenados a perderem seus nomes e a ingenuidade da identidade infantil, pois logo cedo foram “incluídos” como aviãozinho, fogueteiro, mula do pequeno e maldito tráfico de drogas – conduzido por pequenos bárbaros - para fomentar a imensa riqueza de uma canalha muito rica e poderosa, que vive muito distante das favelas e movimentam bilhões de dólares com as drogas psicotrópicas lícitas ou não... Foram condenados nos presídios imundos a se tornarem depósitos de AIDS, tuberculose, hepatites, hanseníase e a serem estuprados e violentados na sua dignidade pelos chefes dos presídios - que já barbarizados pela vida - criam verdadeiras “escolas” de crimes e perversidades para a grande maioria que lá está por ser pobre e por ter praticado pequenos delitos e acaba saindo do cárcere com “diploma” de assassino potencial.
Quais as opções a serem assumidas e implementadas por uma sociedade que se apresenta como moderna e civilizada? Quais os verdadeiros compromissos de uma sociedade que se apresenta como democrática, mas admite de forma cínica e dissimulada a tirania da miséria e do sofrimento dilacerador? Quais os verdadeiros Projetos para minimizar a Violência em Prevenção – educação, música, cultura, esporte, emprego digno – e Repressão – com condições dignas de trabalho e salários para os trabalhadores civis e militares da área de segurança pública – e na Recuperação e Ressocialização – do tratamento dos usuários de drogas psicotrópicas até a capacitação profissional e inserção econômica... Quais as Metas e Prazos e Cronogramas para a implementação das Ações, Projetos, Leis? Volto a insistir na necessidade de implementação de Políticas Públicas voltadas para intervenções globais em comunidades vulneráveis socialmente antes que a indigência social e a miséria humana aniquilem as possibilidades, de talento e vida digna, para milhões de crianças e jovens que podem acabar vivenciando apenas o triste e perverso decreto das gerações perdidas. Sempre lutei muito por tudo isso – com Projetos, Emendas ao Orçamento, Propostas Concretas – mesmo sendo incompreendida pela inocência de alguns e atacada pelos sórdidos vigaristas das gangues políticas que não aceitam conviver com quem não é domesticada pelo banditismo deles. Continuo lutando e acreditando que é possível resgatar o que de melhor e mais belo ainda possa existir especialmente nas crianças e jovens – em situações de risco - antes que a vida os condene à barbárie e se encarregue de afastá-los definitivamente da solidariedade, da bondade, da compaixão, do amor! Como dizia Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender e, se pode aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A LUTA DE CLASSES NA EUROPA E AS RAÍZES DA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL (I)


François Chesnais   
Ter, 10 de Julho de 2012 12:38

François ChesnaisFrançois Chesnais
A crise financeira europeia é a manifestação, na esfera das finanças, da situação de semiparalisia na qual se encontra a economia mundial. Neste momento é sua manifestação mais visível, mas de modo nenhum a única. As políticas de austeridade aplicadas simultaneamente na maior parte dos países da União Europeia contribuem para a espiral recessiva mundial, mas não são sua única causa.
Foram eloquentes as manchetes da nota de perspectiva de setembro de 2011 da OCDE: "A atividade mundial está perto da estagnação"; "O comércio mundial se contraiu, os desequilíbrios mundiais persistem"; "No mercado de trabalho, as melhoras são cada vez menos perceptíveis"; "A confiança diminuiu", etc. Após as projeções de Eurostat, em meados de novembro, apontando uma contração econômica da UE, da qual nem a Alemanha escaparia, a nota da OCDE de 28 de novembro assinala uma "considerável deterioração" com um crescimento de 1,6% para o conjunto da OCDE e de 3,4% para o conjunto da economia mundial.
Compreensivelmente, a atenção dos trabalhadores e dos jovens da Europa está centrada nas consequências do "fim de caminho" e do "salve-se quem puder" das burguesias europeias. A crise política da UE e da zona euro, assim como as intermináveis vacilações do BCE acerca do financiamento direto dos países em maiores dificuldades, são suas manifestações mais visíveis. A tendência é endurecer as políticas de austeridade e montar uma operação de "resgate total" da qual não escape nenhum país. No entanto, a situação europeia não pode ser compreendida independentemente da consideração da situação da economia mundial em sua totalidade.

LUAN BADIA 50123


MALABARISTAS PROVERBIAIS: COMO OS EUROCRATAS ADIAM O PONTO CRÍTICO


SLAVOJ ZIZEK
ESPECIAL PARA A FOLHA

O resultado das eleições gregas de 17 de junho a vitória apertada do partido conservador Nova Democracia sobre o esquerdista Syriza e a formação de um governo de coalizão pró-europeu suscitou, previsivelmente, um gigantesco suspiro de alívio em toda a Europa: a catástrofe tinha sido evitada por pouco, o euro e a unidade europeia prevaleceram...
O que aconteceu, na realidade, foi que se perdeu uma oportunidade única para a Europa finalmente encarar a profundidade de seu impasse econômico e político. O suspiro de alívio queria dizer: evitamos despertar, podemos continuar a sonhar. Recentemente, Richard Quest, da CNN, propôs uma metáfora adequada para descrever esse sonhar quando comparou as autoridades europeias aos proverbiais malabaristas do circo.
Esses artistas talentosos que equilibram pratos giratórios na ponta de bastões, aumentando sempre o número de bastões, correndo de um para outro e empurrando para que continuem girando, sempre conscientes de que, se girarem rápido ou devagar demais, um dos pratos cairá ao chão e se espatifará. É exatamente isso o que temos na Europa hoje. Só que os artistas são o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, o líder do grupo do euro Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso etc., enquanto os pratos a girar são a Grécia, os bancos espanhóis, os deficits italianos, os títulos governamentais europeus e a chanceler alemã Angela Merkel. A cada dia parece que há mais pratos girando, e os malabarismos dos artistas ficam mais frenéticos enquanto eles correm de um lado a outro, sempre proclamando que o show está prestes a acabar. Não é o caso, infelizmente. É provável que os malabarismos continuem por algum tempo ainda.
Girar pratos é o que os eurocratas de Bruxelas vêm fazendo: acrescentam interminavelmente novos pratos para adiar o ponto crítico, tornando o equilíbrio cada vez mais frágil e mais apoiado em ficções financeiras.
O Syriza foi acusado de promover ficções de esquerda, mas o plano de austeridade imposto por Bruxelas é que é um belo exemplo de ficção: num gesto estranho de faz de conta coletivo, todo mundo sabe que esses planos são fictícios, que o Estado grego jamais poderá saldar a dívida, e todo mundo ignora a insensatez óbvia da projeção financeira sobre a qual os planos são baseados. Por que, então, Bruxelas impõe esses planos?

terça-feira, 17 de julho de 2012


REPRESENTAÇÃO DO PSOL MOTIVOU CASSAÇÃO DE DEMÓSTENES TORRES


A carreira política de Demóstenes Torres no Senado chegou ao fim às 13h24, da última quarta-feira 11, depois de 103 dias de agonia iniciados pela representação do PSOL no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Numa sessão histórica, o projeto de resolução (PRS) 22/12, determinando a cassação do senador, foi aprovado com a anuência de 56 parlamentares. Outros 19 foram contrários e se registraram cinco abstenções.
Com a perda do mandato, Demóstenes fica inelegível por oito anos contados a partir do fim do mandato para o qual havia sido eleito. Ou seja, só poderá concorrer a um cargo político em 2028, visto que seu mandato se encerraria em fevereiro de 2019 e não há eleições previstas para outubro de 2027, seguindo-se o calendário atual.
No lugar dele, deve assumir o primeiro suplente, Wilder Pedro de Morais, de 44 anos, filiado ao DEM, ex-partido de Demóstenes.
Acusado de envolvimento com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, atualmente preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, Demóstenes tornou-se o segundo senador cassado na história da Casa. O primeiro foi Luiz Estevão (PMDB/DF), em junho de 2000, por ter mentido ao Senado sobre seu envolvimento no desvio de verbas na construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT).
Uma das acusações contra Demóstenes também é a de ter faltado com a verdade a seus pares em discurso no dia 6 de março deste ano, quando negou qualquer ligação com Cachoeira, além de uma antiga amizade, e de nunca ter defendido interesses do negócio dos jogos ilegais. Cachoeira é apontado em relatórios da Polícia Federal como chefe de um esquema de corrupção, tráfico de influência, escutas ilegais e operação de máquinas caça-níqueis.
O fim do mandato de Demóstenes Torres foi anunciado às 13h24 pelo presidente José Sarney (PMDB-AP), diante de um Plenário cheio, com 80 senadores, e de galerias lotadas de populares. Proclamado o resultado, o parlamentar retirou-se rapidamente, e em silêncio, na companhia de seu advogado, pelo elevador privativo, até a chapelaria, onde um carro os aguardava.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), líder do partido no Senado, chamou atenção para o fato de que a República é o regime da coisa pública e do bem comum, portanto, ser republicano exige ética.
“Conduta moral e decoro não são favores à sociedade. São o dever-ser do parlamentar, o comportamento exigido de quem se dispõe à função pública”, discursou. “Ser republicano exige muito de nós. Exige ser, em especial, intensamente ético. Conduta moral e decoro parlamentar não é um favor que fazemos à sociedade. É o dever-ser do parlamentar”.
O presidente nacional do PSOL, deputado Ivan Valente, autor da representação que levou à perda de mandato de Demóstenes, disse que o caso tem uma simbologia maior pela trajetória do agora ex-senador. “Ele se mostrava como defensor da ética, mas estava ao lado de uma organização criminosa”. Para ele, o Congresso precisa mudar a forma de financiamento de campanhas acabando com as contribuições privadas.
Para o deputado, “a decisão foi emblemática, a exemplo da cassação de Luiz Estevão, em 2000″. Ele lembrou que esta é a segunda vez, em toda a história do Senado, que se cassa um senador. “Mas, por outro lado, não poderia ser diferente porque, no caso do senador Demóstenes Torres, diante de provas tão explícitas, tão contundentes, seria uma grande desmoralização do Senado Federal. Seria realmente um desgaste político muito alto uma absolvição”.

Fonte: Agência Senado.
Com informações do Estadão e da Agência Câmara.



ALEXANDRE NUNES 50505


segunda-feira, 16 de julho de 2012

PELA IMEDIATA ABERTURA DE NEGOCIAÇÃO COM OS SERVIDORES EM GREVE


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
O que me traz à tribuna hoje é a greve do funcionalismo federal, que em muitos casos já dura quase 50 dias. Particularmente, a greve das universidades federais merece um registro que não é pequeno, porque 97% das universidades estão paradas há mais de dois meses. O Governo, através do Ministério do Planejamento, fez a opção de não abrir um canal efetivo de negociação para o funcionalismo, não só das universidades, mas inclusive dos Ministérios, dos órgãos públicos, das autarquias, que está em greve, reivindicando melhores condições de trabalho, de salário, de carreira, etc. A última decisão que tomamos conhecimento é a de que o Governo está estudando a questão e vai tratar disso em agosto, no final de julho. Então, daqui a um mês.
As universidades ficam paradas por 3 meses, os órgãos públicos estão paralisados. São 300 mil servidores em greve, e o Governo não dá uma satisfação. Sabem por quê? Porque o que existe de verdade, em grande parte, é o arrocho fiscal, o medo da crise europeia, e a política econômica do Governo é uma política econômica que prioriza o ajuste fiscal, o superávit primário. É uma política que, evidentemente, também entrou na cantilena de setores da mídia que estão bombardeando a aprovação de 10% do PIB para a educação, aprovados por unanimidade na Comissão Especial. Essa é uma proposta da sociedade civil desde 1998.
É a mesma cantilena que diz que o Governo vai gastar 92 bilhões com servidores. Começa uma agitação permanente nos meios de comunicação para desmobilizar e desmoralizar o funcionalismo público, que é sempre o bode expiatório do ajuste fiscal.
Nós não podemos pensar assim. O Brasil tem que pensar como é que vai deixar de pagar 230 bilhões de juros por ano; como vai deixar de pagar 700 bilhões com a rolagem da dívida, amortizações e juros. Está aí a chave da questão, que é a especulação financeira. Isso é uma necessidade, porque distribui renda e melhora o serviço público.
Por isso, apoiamos a greve dos funcionários públicos federais.

Ivan Valente, Deputado Federal e Presidente Nacional do PSOL.

O GOLPE NO PARAGUAI E AS VEIAS ABERTAS DA DIREITA BRASILEIRA



Enio Squeff
A ida do senador Álvaro Dias ao Paraguai e a sua pretensão de inquirir o governo brasileiro por ter seguido, em conjunto, a recomendação do Uruguai, do Chile e da Argentina de suspender a presença do Paraguai no Mercosul e no Unasul, lembra aquele personagem do grande intelectual e decantado direitista brasileiro, Nelson Rodrigues, que numa das cenas de uma de suas peças coloca um dos grandes canalhas que compõem seu repertório, a tentar tirar uma casquinha da viúva no momento mesmo em que o morto está sendo velado.
O senador Álvaro Dias sabe que a moeda de troca do Paraguai é abrir seu território para a implantação de uma base militar norte-americana. Não importa, ou melhor, é certamente o que mais importa. A CIA certamente não esquecerá o favor do senador do PSDB.
“Senza paura” recomenda, em italiano, outro personagem de uma outra piada: de fato, todos os brasileiros que conhecem medianamente a história do Brasil, carregam um peso na consciência em relação ao Paraguai. A guerra da Tríplice Aliança – Argentina, Uruguai e Brasil – contra o pequeno Paraguai pode ser caracterizada como um massacre. Coube ao Brasil, aliás, o papel predominante na matança. O conde d’Eu marido da princesa Isabel, substituto do Duque de Caxias na fase final da guerra, parece ter se esmerado em matar quantos paraguaios pudesse. Não se duvide de que almejava a glória de grande general – um galardão que – quem sabe – o poria em pé de igualdade com alguns de seus pares na Europa, onde a sua fama não ia muito além de um simples escroque.
Não era, de qualquer maneira, um militar profissional ou minimamente competente: na sua encenação de grande estrategista, cometeria atrocidades inomináveis. A morte do ditador Solano Lopez , juntamente com seu filho de doze anos – este na frente da própria mãe -, não foi, apesar de tudo, o pior. Antes já tinha mandado matar crianças que foram arregimentados à última hora por Solano Lopez, para uma resistência àquelas alturas, inteiramente inútil. Um profissional faria questão de pegar o ditador paraguaio vivo. Seria bem melhor. Os próprios historiadores militares brasileiros concordam, enfim que o Conde, não teria sido o comandante militar mais recomendável para desfazer a má fama de um país escravagista como era o Brasil da época. Mas Solano Lopez, ainda venerado no Paraguai por sua resistência contra três nações vizinhas, não foi menos celerado por ter sido um ditador modernizante (que é o que muitos defendem de seu governo): teria mandado açoitar parentes e a própria mãe, além de perseguir até a morte alguns de seus possíveis adversário.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

OS LIMITES DE GASTOS DE CAMPANHA NAS ELEIÇÕES EM PELOTAS



O Tribunal Superior Eleitoral divulgou, no início desta semana, os limites máximos de gastos de cada uma das candidaturas para as eleições de 2012. Tais limites são apresentados pelos Partidos no momento do registro das candidaturas e posteriormente divulgados pelo TSE.
 Nossa candidatura apresentou o limite de 50 mil Reais. A candidatura Eduardo Leite, do PSDB, colocou como limite em 1 milhão e 800 mil Reais. Matteo Chiarelli,do DEM, apresentou o valor limite de 2 milhões. Catarina Paladini, do PSB, divulgou o limite de 3 milhões e 500 mil Reais. Por fim, o candidato Fernando Marroni, do PT, colocou o limite de 10 milhões de Reais. 
A primeira reflexão que poderíamos fazer é sobre a total desproporcionalidade dos gastos de campanha com a realidade da imensa maioria da população. Tais valores são completamente absurdos. Um dos problemas graves da política brasileira é o afastamento entre a população e o político. Defendemos que a política seja feita pelas pessoas, cotidianamente, não só nos períodos eleitorais.
Ocorre que “o político”, em geral, é um ser completamente distante da realidade da população. Ele não fica desempregado, não anda de ônibus nem de bicicleta, não precisa dos serviços de saúde, educação e segurança pública, não entra em uma fila de casa lotérica para pagar suas próprias contas e ainda por cima, cogita gastar até 10 milhões de Reais em três meses, tempo que dura a campanha eleitoral. Desta forma, é lógico que a população não vai querer e nem poder participar ativamente dos processos políticos.
Oura reflexão possível seria sobre a desproporcionalidade entre os candidatos. Alguns personagens da política pelotense costumam se vangloriar de suas vitórias eleitorais e até debochar da capacidade eleitoral de outras candidaturas. Nós do PSOL, por exemplo, estabelecemos que 50 mil Reais seria um limite aceitável de acordo com nossas possibilidades para esta eleição. É o máximo que conseguiremos arrecadar e gastar. Os candidatos de PSDB, DEM, PSB e PT estimam gastar 36, 40, 70 e 200 vezes mais do que nossa candidatura, respectivamente. E se tivéssemos condições iguais? Ou pelo menos, se a diferença de valores não fosse tão gritante?
Além disso, precisamos estar muito atentos a uma prática comum na política brasileira. Grandes empresários destinam rios de dinheiro para as candidaturas. Após as eleições, os políticos eleitos buscam retribuir o favor do financiamento de campanha com bons contratos e favores na esfera pública. Infelizmente, os partidos tradicionais têm optado por retribuir aos empresários que financiam suas campanhas e não à população que os elege.
O PSOL, como de costume, prestará contas de tudo aquilo que arrecadar e gastar nas eleições. Lançamos aos demais candidatos o desafio para que façam o mesmo, assim como, chamamos o conjunto da população a fiscalizar as arrecadações e os gastos de todas as candidaturas.
Nossa candidatura será financiada por nossa militância e pelas pessoas que acreditam em nossos projetos e ideias. Estamos entrando nesta batalha de cabeça erguida e conscientes da necessidade da construção do PSOL, uma ferramenta fundamental para mudar a política brasileira. 

Jurandir Silva e Júlio César Domingues