segunda-feira, 16 de julho de 2012

PELA IMEDIATA ABERTURA DE NEGOCIAÇÃO COM OS SERVIDORES EM GREVE


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
O que me traz à tribuna hoje é a greve do funcionalismo federal, que em muitos casos já dura quase 50 dias. Particularmente, a greve das universidades federais merece um registro que não é pequeno, porque 97% das universidades estão paradas há mais de dois meses. O Governo, através do Ministério do Planejamento, fez a opção de não abrir um canal efetivo de negociação para o funcionalismo, não só das universidades, mas inclusive dos Ministérios, dos órgãos públicos, das autarquias, que está em greve, reivindicando melhores condições de trabalho, de salário, de carreira, etc. A última decisão que tomamos conhecimento é a de que o Governo está estudando a questão e vai tratar disso em agosto, no final de julho. Então, daqui a um mês.
As universidades ficam paradas por 3 meses, os órgãos públicos estão paralisados. São 300 mil servidores em greve, e o Governo não dá uma satisfação. Sabem por quê? Porque o que existe de verdade, em grande parte, é o arrocho fiscal, o medo da crise europeia, e a política econômica do Governo é uma política econômica que prioriza o ajuste fiscal, o superávit primário. É uma política que, evidentemente, também entrou na cantilena de setores da mídia que estão bombardeando a aprovação de 10% do PIB para a educação, aprovados por unanimidade na Comissão Especial. Essa é uma proposta da sociedade civil desde 1998.
É a mesma cantilena que diz que o Governo vai gastar 92 bilhões com servidores. Começa uma agitação permanente nos meios de comunicação para desmobilizar e desmoralizar o funcionalismo público, que é sempre o bode expiatório do ajuste fiscal.
Nós não podemos pensar assim. O Brasil tem que pensar como é que vai deixar de pagar 230 bilhões de juros por ano; como vai deixar de pagar 700 bilhões com a rolagem da dívida, amortizações e juros. Está aí a chave da questão, que é a especulação financeira. Isso é uma necessidade, porque distribui renda e melhora o serviço público.
Por isso, apoiamos a greve dos funcionários públicos federais.

Ivan Valente, Deputado Federal e Presidente Nacional do PSOL.

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