O Tribunal
Superior Eleitoral divulgou, no início desta semana, os limites máximos de
gastos de cada uma das candidaturas para as eleições de 2012. Tais limites são
apresentados pelos Partidos no momento do registro das candidaturas e
posteriormente divulgados pelo TSE.
Nossa
candidatura apresentou o limite de 50 mil Reais. A candidatura Eduardo Leite,
do PSDB, colocou como limite em 1 milhão e 800 mil Reais. Matteo Chiarelli,do
DEM, apresentou o valor limite de 2 milhões. Catarina Paladini, do PSB,
divulgou o limite de 3 milhões e 500 mil Reais. Por fim, o candidato Fernando
Marroni, do PT, colocou o limite de 10 milhões de Reais.
A primeira
reflexão que poderíamos fazer é sobre a total desproporcionalidade dos gastos
de campanha com a realidade da imensa maioria da população. Tais valores são
completamente absurdos. Um dos problemas graves da política
brasileira é o afastamento entre a população e o político. Defendemos que a
política seja feita pelas pessoas, cotidianamente, não só nos períodos eleitorais.
Ocorre que
“o político”, em geral, é um ser completamente distante da realidade da
população. Ele não fica desempregado, não anda de ônibus nem de bicicleta, não
precisa dos serviços de saúde, educação e segurança pública, não entra em uma
fila de casa lotérica para pagar suas próprias contas e ainda por cima, cogita
gastar até 10 milhões de Reais em três meses, tempo que dura a campanha
eleitoral. Desta forma, é lógico que a população não vai querer e nem poder
participar ativamente dos processos políticos.
Oura
reflexão possível seria sobre a desproporcionalidade entre os candidatos.
Alguns personagens da política pelotense costumam se vangloriar de suas
vitórias eleitorais e até debochar da capacidade eleitoral de outras
candidaturas. Nós do PSOL, por exemplo, estabelecemos que 50 mil Reais seria um
limite aceitável de acordo com nossas possibilidades para esta eleição. É o
máximo que conseguiremos arrecadar e gastar. Os candidatos de PSDB, DEM, PSB e
PT estimam gastar 36, 40, 70 e 200 vezes mais do que nossa candidatura,
respectivamente. E se tivéssemos condições iguais? Ou pelo menos, se a
diferença de valores não fosse tão gritante?
Além disso,
precisamos estar muito atentos a uma prática comum na política brasileira.
Grandes empresários destinam rios de dinheiro para as candidaturas. Após as
eleições, os políticos eleitos buscam retribuir o favor do financiamento de
campanha com bons contratos e favores na esfera pública. Infelizmente, os
partidos tradicionais têm optado por retribuir aos empresários que financiam
suas campanhas e não à população que os elege.
O PSOL,
como de costume, prestará contas de tudo aquilo que arrecadar e gastar nas
eleições. Lançamos aos demais candidatos o desafio para que façam o mesmo,
assim como, chamamos o conjunto da população a fiscalizar as arrecadações e os
gastos de todas as candidaturas.
Nossa
candidatura será financiada por nossa militância e pelas pessoas que acreditam
em nossos projetos e ideias. Estamos entrando nesta batalha de cabeça erguida e
conscientes da necessidade da construção do PSOL, uma ferramenta fundamental
para mudar a política brasileira.
Jurandir
Silva e Júlio César Domingues