Carlos Rollsing
Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS |
Foi diversificado o primeiro debate entre os sete candidatos à prefeitura de Porto Alegre: envolveu desde a discussão de propostas para a cidade, com ênfase para saúde, segurança, mobilidade urbana e educação, com momentos mais tensos, permeados por críticas, acusações sobre corrupção e aparelhamento das gestões públicas.
No decorrer de quatro blocos, ainda foram debatidos pontos como turismo, tratamento de esgoto e coleta de lixo, habitação e conservação dos parques da cidade. A fórmula do programa permitiu que os candidatos fizessem perguntas de tema livre entre si, com direito a réplica e a tréplica. A exceção ocorreu no terceiro bloco, quando os candidatos responderam perguntas previamente elaboradas.
O prefeito José Fortunati (PDT) rebateu críticas feitas à sua gestão na área da saúde, segurança e educação. Candidato à reeleição, o pedetista destacou que os professores de Porto Alegre recebem o maior salário da rede pública estadual de educação.
— Fico satisfeito ao perceber que a maioria das propostas feitas aqui por outros candidatos já estão sendo desenvolvidas pela prefeitura — disse Fortunati.
A candidata Manuela D'Ávila (PC do B) focou a sua manifestação na qualificação da gestão e na busca de mais recursos no governo federal para investimentos em educação básica. Também reforçou propostas para a área da segurança, como a iluminação e a qualificação de parques e praças e a colocação de um guarda municipal em cada escola de Porto Alegre.
— Estou pronta para ser prefeita — afirmou a candidata, a mais jovem entre os postulantes ao Paço Municipal, que também sofreu ataques de outros candidatos pela participação do seu partido nas gestão do governo federal e estadual.
Adão Villaverde (PT) procurou identificar-se como o "candidato do PT". Ressaltou por diversas vezes que é o "candidato da presidente Dilma Rousseff e do governador Tarso Genro". Villaverde ainda afirmou que pretende ser prefeito para retomar o período de governos do PT. Uma de sua propostas mais enfatizadas é a "universalização da educação básica na Capital até 2016".
— Também temos a proposta de construir 40 mil casas em quatro anos pelo programa Minha Casa, Minha Vida — assegurou.
Wambert Di Lorenzo (PSDB) também procurou vincular a sua imagem com a de outros políticos conhecidos da população:
— Sou o candidato da Yeda Crusius, do Fernando Henrique Cardoso, do José Serra e do Aécio Neves — afirmou Wambert, destacando a "competência do PSDB para fazer gestões fiscais eficientes".
Roberto Robaina (PSOL) citou casos de corrupção nos governos e nas gestões de órgãos públicos pelo PT, PSDB, PDT e PC do B. Prometeu cortar 75% dos CC's da prefeitura de Porto Alegre para garantir mais recursos que seriam investidos em saúde e educação. Robaina ainda se defendeu da acusação de ser contra o mercado:
— Não sou contra o mercado, sou contra o monopólio e o financiamento de empresas privadas com dinheiro político.
Érico Correa (PSTU) também fez duras críticas aos partidos tradicionais, que goveram o país e a maioria dos estados brasileiros.
- O símbolo desta eleição é aquela senhora deitada na frente de um posto fechado por conta de um ponto facultativo - afirmou Correa.
Entre as propostas apresentadas pelo candidato do PSTU, destacou a necessidade de qualificação no transporte público e a construção do metrô, que custa a sair do papel.
Jocelin Azambuja (PSL) pontou as suas manifestações com a proposta de federalizar a folha de pagamento dos professores municipais e estaduais. Azambuja entende que o governo federal teria condições de pagar salários de R$ 2,9 mil para todos os docentes do país. O candidato também falou sobre o cercamento de parques:
- Não vejo constrangimento em cercar os parques, com horários para abertura e fechamento. Isso é feito em diversas cidades do mundo - disse Azambuja.